Todo mundo sabe que nasce uma
sereia quando uma duas-pernas olha o horizonte tocando o mar e, em câmera
lenta, chora por um amor impossível.
O que ninguém sabe é que uma sereia
sentada no rochedo, já sem a sua cauda, não tem mais um lugar para voltar.
No mundo dos humanos ela foi
rejeitada pelo único elo com aquele povo, o marinheiro que ela salvou do
naufrágio.
No mar, o albatroz não a reconhece
sem o furta-cor do seu antigo rabo de peixe. Suas súplicas para a
onda grande esmagá-la são em vão. Não se mata uma ilusão senão com a
brutalidade da sua verdade.
A história da sereia não é um conto
de amor. É um conto de amor não correspondido. Ou de
relacionamentos abusivos, no qual uma mulher perde todas as referências que a
enraizariam na vida.
Se foi estuprada e culpabilizada
por quem deveria defendê-la, para onde ela volta? Para antes do estupro ou para
falta de um porto seguro?
Se amou e se relacionou com alguém
violento, o que ela aprendeu sobre o amor? Será mesmo que era tesão as
transas depois das brigas? Ou medo? Medo de não ter mais para onde ir dentro de
si?
Uma sereia e seu rabo de peixe
contam duas histórias, uma humana e outra escondida. A feiticeira pediu
sua voz em troca das pernas. “Não conte que o seu cunhado fez com você, vai
destruir o casamento da sua irmã.”
“Tem certeza que aconteceu isso ou
tá delirando?”. “O que você fez para atrair isso?”. “É melhor não contar nada
para ninguém, senão eu te mato”...
A história da sereia tem outro fim
se ela tem voz, tem irmãs, irmãos, mãe e pai que a apoiam. E tem para onde ir.
Mônica Clemente (Manika)
@historiasqueatuam
@constelacoes_mitologicas
@manika_constelandocomafonte
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Desde 2011 pesquiso e faço atendimentos da
Constelação Familiar do conto de fada ou mito preferido, revelando laços de
amor inconscientes ainda atuando em nosso destino. O nome desta pesquisa é Histórias que Atuam ou
Constelações Mitológicas.
manika@manika.com.br
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