29 de ago. de 2020

175) Como curamos um vício em nós?

 


Como curamos um vício em nós? 

Qualquer vício, até de açúcar e gastos excessivos.

Existe diversos grupos gratuitos e eficazes de apoio aos viciados e às suas famílias. Só pesquisar no google que achamos indicações no mundo todo.

O apoio aos familiares tem duas finalidades: 

1.    Apoiar as pessoas que convivem com o viciado e ajudá-las a poder ajudar o doente.

 

2.    E para não tornar o viciado ainda mais viciado.

 

Uma mãe ou pai ou filhos assustados com o vício do cônjuge ou parentes, vai dizer para o doente parar com o vicio, sem saber como. Na maioria das vezes perseguindo o adicto impiedosamente com julgamentos violentos, que se justificam, aparentemente, com o comportamento desagradável do viciado.

 

Como vicio é a compensação de algo que nunca é preenchido, a patrulha da “pessoa sã” piora os sintomas do viciado.

 

O patrulhador parental também dirá para os filhos nunca ficarem como o pai ou mãe doente. A criança entende esta ordem como nunca tomar a vida que veio do pai ou da mãe viciados. Ou as próprias crianças pensam: “nunca ficarei assim! Detesto o alcoólico!” O que inicia um processo de falta que, futuramente, pode ser compensado com algum vício.

Há também a alienação parental. Ela acontece mais da mãe em relação ao pai, até porque há mais mães presentes do que os pais nas famílias. Mesmo que o pai não seja viciado, a mãe pode reclamar dele para os filhos, jogando-os contra o pai.  Acontece de alguns pais também alienarem as mães, causando danos e comportamento de adição.

Alienação Parental é a exclusão de um genitor por alguém da família, não o abandono da família pelo genitor. Não confundir.

Só para ilustrar a situação do que sentimos quando falta algo: já reparou como engordamos mais depois de regimes brutais?  Toda falta imposta ao corpo e à alma um dia será compensada. Isso não é desculpa para o viciado não se tratar, mas ajuda a gente a parar de criminalizar os desejos do corpo e da alma. 

 

Como disse o Hellinger: 

 

“Torna-se viciado aquele a quem falta algo. Para ele, o vício é um substituto.  Como curamos um vício em nós?  Reencontrando aquilo que nos falta. Quem ou o que falta no caso de um vício? Geralmente o pai. Ninguém é capaz de se sentir inteiro e completo sem o seu pai."  Bert Hellinger

 

26 de ago. de 2020

174) O Sol Nasce Sem Rancor da Noite

 


Eu to ficando louca! disse ela para os pais. A mãe e o irmão caçula não viraram o rosto e trancaram a respiração. Lá vinha a filha problemática lhes tirar a atenção da novela.

 

O pai, no mesmo aposento, estava fixado na tela do computador e não se virou. Chegaram a se mimetizar com a mobília antes da moça repetir: Eu to ficando louca! Me ajudem?!

 

A esperança arrancada dos pulmões turvou sua visão. Talvez devesse saltar do sexto andar e acabar logo com isso. Mas algo a impediu.

 

Eram as costas dos seus pais com seus monólogos.

 

Cala a boca, sai daqui! Chorona, sai daqui! Malcriada, sai daqui! Vai para o castigo! Fiquei grávida de você sem querer! Quer enlouquecer a sua mãe? Deixa o seu irmãozinho em paz! 

 

Soterrada pelos cuidados materiais excessivos, não ousava acreditar que precisava mais do que as costas.

 

Um dia, depois de buscas em diversas terapias, descobre que tem que achar o seu terapeuta e não uma linha de cuidados especificas. Não era Constelação Familiar, Bioenergética, Reiki, Astrologia, Psicanálise ou Análise transacional e Frequência de Brilho. Nem era yoga ou budismo. Era o terapeuta. Só podia chegar nele se continuasse procurando.

 

Um dia, um deles disse nos primeiros minutos de entrevista, que se tornaram anos de desabrochamento:

 

- Você é escrava da sua família. 

 

Era o miniconto da sua vida. 

 

Ela não era escrava porque cuidava dos pais. Era desprezada para nunca sair do ninho, para nunca saber do seu brilho. E, assim, suprir o vazio dos seus velhos com a seiva de sua mocidade. 

 

Não é assim que nascem as sombras, da luz bloqueada de um ser inteiro? 

 

O microconto teve efeito porque o terapeuta sabia como tirá-la do soterramento. Não eram palavras memorizadas de um manual.  Com o tempo, aprendeu com ele a cavar fundo para resgatar os seus eus.

 

O Sol nasce sem rancor da noite que o escondeu.

 

#Psicanálise #Minicontos #Desespero #SíndromeDePânico 

 

23 de ago. de 2020

173) O Eu, O Outro, O Nós

 

 @manika_constelandocomafonte e @adrianeamaral.arati em Porto Alegre, antes de facilitarmos o 

Seminário de Constelação Familiar “Amor à Segunda Vista”. Mesmo nome do Livro do Bert Hellinger.


Em 2018 eu, Mônica Clemente (Manika) e Adriane Amaral (Arati), facilitamos um Seminário * de Constelação Familiar em Porto Alegre chamado “Amor à Segunda Vista”.

O Amor à Segunda Vista, segundo Hellinger, é quando o casal atinge outras esferas na relação. Quando reconhece e aceita o parceiro/a exatamente como é. Quando cada um se reconhece dentro da parceria e traz para ela a sua própria história, incluindo a aceitação da família original, desejos e guiança sem sacrificá-los, anulando-se.

Quando seus olhares cruzam no futuro, nos planos conjuntos, na nova família que são, em valores compartilhados e criados juntos, nos filhos e nos sonhos realizados por conta da união. Lembrando sempre das diferenças que trazem e do lugar delas na relação. 

O olhar do casal não se enfrenta, fechando o horizonte (você tem que ser ou fazer o que eu sou e quero. Você é a projeção dos assuntos mal acabados da minha família). Nem está em paralelo, nunca se encontrando no futuro. Mas em diagonal, para seus destinos se encontrarem sem perder a perspectiva dos horizontes e de quem são.

A melhor forma que encontrei para exemplificar o Amor à Segunda Vista é assim: São 3 esferas que viram 5 por conta do amor. O Eu, o Outro e o Nós que devem sempre estar presentes numa relação sem se extinguirem, se transformam em:

1) Eu Sou o que sou

2) E o que trago comigo. 

3) Ele/a É o que é

4) E o que traz dele/a consigo. 

5) Nós olhamos para as 4 esferas acima e para o futuro, no encontro do nosso olhar. Ou a consciência de que no casamento formo uma nova família, portanto a família original pertence ao que trago e levo comigo, mas não é nosso horizonte. 

 

Isto não é uma ciência exata, então como aplicar? Juntos! 

Mas como? Como diz a música: Love Will Find a Way - O amor achará o caminho.

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Nele vivenciamos Constelações Familiares, e exercícios com o grupo inteiro, das descobertas e compreensões do Bert e Sophie Hellinger sobre a relação de Casal. Nós fizemos também algumas descobertas.

#Familenstellen #ConstelaçãoFamiliar #RelaçãoDeCasal #BertHellinger #SophieHellinger #PortoAlegreAmor 

172) Eu Vejo Você

 

Não precisa ser invisível para não ser visto.  Basta que ninguém nos enxergue. Muito disso é tratado na série This is Us.

Os Contos de Fada e Mitos têm o antídoto: o espelho. Até o vampiro, que não se enxerga refletido em nada, porque está morto, descobre algo sobre si mesmo no espelhamento: não existe evolução após a morte. É preciso reencarnar para continuar a jornada ou viver do sangue dos vivos. 

A madrasta da Branca-de-Neve também soube da finitude de sua vida com a revelação da beleza da enteada. Não foi isso que a transformou em bruxa, mas ter sido eclipsada. O espelho mostrou a dor de não ser mais cortejada pelo marido. Sua vingança foi atacar o objeto sob o qual o esposo se apoiava para continuar vivo, a própria filha. Que peso grande a menina carregava. Rebecca e sua filha Kate, em This is Us, vivem este script desde a avó.

Narciso se buscava incansavelmente na lâmina do lago sem se encontrar, como todos que veem mas não aprenderam a enxergar. Por isso desapontou a namorada Eco, que, como ele, buscava sua identidade no rebote sonoro de suas palavras. Em This is Us, Kevin, um astro da TV não é visto como é. E sofre abusos por isso.

Mas nem todo espelho pode contar o que vê se um segredo de dor ou vergonha está entre ele e o que se pode revelar.  Um filho, genro ou até um animal de estimação, então, poderá estar no lugar de um filho morto ou negado pelos pais.

O filho adotado Randall e o filho não visto Kevin se anulam e eclipsam Kye, morto no nascimento. This is Us não consegue dar a solução adequada e continua errando quando trata do tema da adoção. Porque quem entra no lugar do excluído também fica inviável. Nem ele é visto, nem quem ele substituiu.

Qual a solução, então? Dar um lugar para todos, como mostrou Hellinger, inclusive para o sentimento que levou ao segredo. E deixar cada um ser o que é.  Também é vital que se tome o seu lugar, deixe o outro no lugar dele e respeite o destino de todos. 

Ainda assim haverá eclipses: o marido que não corteja a mulher, a esposa que ama outro homem, a Lua entre a Terra e o Sol, Narciso em busca de ser visto até que alguém, como um espelho (o terapeuta), ajude a acabar com o emaranhamento. 

 

171) Marte e Saturno no Céu

 

Em 1935 nas Praias do Brasil

O Céu de agosto de 2020 está convidando mulheres e homens para uma linda reforma. Seus anfitriões serão Saturno em Capricórnio, signo que ele rege, quadrando a iniciativa de Marte em Áries, signo que Marte rege. 

Tanto estes aspectos em trânsito influenciando a todos, como toda mulher e homem com Marte em aspecto Saturno no mapa natal, sentirão o aprendizado.

A mulher que tem o Marte em aspecto com Saturno no mapa, sendo eles os regentes (ou no) Ascendente, Descendente, ou tocando a Vênus ou regentes do Sol, Lua, Vênus, Ascendente ou Descendente, tem que entrar em acordo com o sentimento de inferioridade do seu pai e parar de se vingar dele nos homens que busca. 

Até que faça isso, escolherá quem a humilhe ou controle, como o pai possivelmente a humilhou ou controlou, ou à esposa, por se sentir inferior. E, portanto, buscará um tipo de companheiro que lhe dará chances de vingança. 

Chegará um momento em que congelará, preferindo relações sexuais que não envolvam o coração. Embora busque o amor. 

Marte é o arquétipo da ação, iniciativa, força, assertividade e sexualidade. Com Saturno, que ensina limites e adapta tudo aos mandatos familiares inconscientes, faz com que a iniciativa marciana fique bloqueada no homem e na mulher. Saturno, por outro lado, tem tanto medo, que aumentará o seu controle fingindo ou realmente pensando que está no comando.

O Homem com este aspecto se sente menos homem e compensa ficando violento, machão, negando seus medos e sensibilidade. Inveja as ações da mulher, incluindo a capacidade de gerar filhos, porque acha que sua masculinidade não está à altura. Então, possivelmente, a abandona grávida, ou diz que mulher é burra, ou vadia, ou disputa a maternidade com a mãe. Todo este repertório de humilhação enquanto não perceber que sua masculinidade é OK. 

A Mulher com este aspecto busca um homem que a faça se sentir uma droga como mulher para ele se sentir mais homem. Em palavras difíceis: ela procura homens com inveja do feminino, que se sentem medíocres. 

O medíocre não se libertou da média, ou do inconsciente coletivo que exige dele/a coisas que não o diferencie. Logo, não se sente suficientemente único para nada. 

O Céu de agosto de 2020 está dizendo que é hora de as mulheres valorizarem seu feminino e não deixar a inveja sobre ele diminui-la. Não podem mais se anular para seus pais e companheiro se sentirem bem.

E o Céu diz os homens valorizarem seu masculino indo para a esfera do pai até poderem valorizar as mulheres sem se sentirem diminuídos. O livro João de Ferro, do Robert Bly, e o filme Capitão Fantástico falam sobre isso.

É um belo convite do Céu, este de libertar homens e mulheres de seus medos!

 

18 de ago. de 2020

170) A Contaminação na Comunicação

 

A Contaminação acontece quando um pensamento de rejeição, desprezo por si mesmo, ou outras crenças depreciativas invadem nosso diálogo com outras pessoas, distorcendo a realidade. Vemos bruxos onde tem um chapéu pendurado.

Por exemplo, ao invés de dizer: “Posso te ligar?”, dizemos “Se não atrapalhar, você tem  um minuto para eu te ligar?”

Qual é a contaminação aqui?  “Eu sempre atrapalho.”

Ao invés de dizer “Eu recebo sua ex-esposa com você no Natal”, dizemos: “Eu sei que não me convidou, mas se você quiser meu apoio...”

A contaminação aqui é “eu nunca sou bem-vinda.”

Na posição adulta, ou quando estamos no ego adulto, conseguimos dizer ou pedir o que queremos, sem contaminação. Quem não pode nos ligar, dirá que não dá para ligar. Quem não nos quer no natal, agradecerá o apoio e dirá que não nos convidou para o natal. O apoio foi dado, e era isso.

A Contaminação aparece também nas interpretações das respostas dos outros. A pessoa diz não e pensamos que “somos horríveis”. Ou dizemos “eu te amo” e o outro sorri. Aí ligamos para amigos e perguntamos: o que ele quis dizer com o sorriso, que sou uma imbecil?

Se comunicar, dar amor, apoio e carinho não é máquina de cafezinho. Coloque uma moeda e receba o que comprou.

Há ainda outra contaminação, quando buscamos o terapeuta (sem ele saber) da nossa namorada/o, esposa/o ou pretendente, pensando que cataremos informações privilegiadas sobre o nosso objeto de amor. Aqui surgem 3 contaminações:

1.    O terapeuta vai sacar a manobra e não poderá atender a pessoa, que entenderá isso como um julgamento, mas não é. O Nome disso é ética profissional, por conta das outras contaminações:

 

2.    Tudo que o terapeuta disser será compreendido como uma indireta sobre o objeto do amor. E não é. O sigilo profissional não permite isso. Mas como o cliente tinha uma intenção velada projetará no terapeuta seu mecanismo.

  

3.    O cliente força, inconscientemente, um triângulo amoroso com terapeuta, que não cairá na armadilha e encerrará a terapia, sem dar explicação. Imediatamente o cliente cairá no “Inferno” do abandono, repetindo o trauma que busca curar. O terapeuta só ajuda se não negocia nestes termos, com mentiras ou manipulações, como possivelmente os pais do cliente fizeram. Não tem como explicar, porque quebraria o sigilo profissional. E porque entender algo não é garantia de mudança. Aqui só funciona o fio afiado do limite.

Como sair da contaminação? Terapia com um terapeuta que não tem medo da verdade e que não seja do seu parceiro/a.

 

17 de ago. de 2020

169) Sophie Hellinger da Alemanha para o Mundo


 

Este final de semana (15 e 16 de agosto de 2020), a @Sophie.Hellinger, esposa do Bert Hellinger e quem leva a Constelação Familiar a frente,  facilitou um seminário seguindo as normas de saúde do seu país.

A diretora e idealizadora da Hellinger Schule abriu inscrições gratuitas para assistirmos parte do encontro por uma plataforma digital, no Brasil, Rússia e China.

Sábado, dia 15/08/20 vivenciamos, à distância, soluções na relação com a nossa mãe (continuar acusando-a ou agradecer e seguir em frente?); do que se trata a Constelação Familiar: vida e morte. 

Também vivenciamos dinâmicas relacionadas à insônia, cirurgias, anestesia e possessão. Todos estes temas numa só constelação que comoveu a todos, além de abrir nossa percepção à dimensões marginalizadas no itinerário intelectual ocidental.

Aprendemos sobre a coragem de não julgar por meio da conduta impecável da Sophie. É muito “mais fácil” julgar um movimento da alma, porque assim nos defendemos, do que encarar a verdade daquele movimento e aceitá-lo. É “mais fácil” ficar com raiva do que fazer uma nova escolha. 

No domingo, dia 16/08/20, fomos conduzidos pelo amor que inclui tudo em direção aos filhos, ainda sofrendo interferência da relação mal resolvida com a nossa mãe. Também vimos a lealdade e o amor de um filho por um pai, presos num segredo. 

Como dizia FernandoPessoa, em sua peça de teatro estática, “as montanhas têm segredos de pedras”. Por isso mesmo nenhuma das personagens podiam fazer nada no teatro de suas vidas. Na peça, elas velavam a morta e seus segredos.

O final de semana foi assim! Cheio de Gratidão ao Bert e Sophie Hellinger! E cheio de impacto, amor, conexão e sincronicidades. 

 

É que, enquanto Sophie, desde a Alemanha, conduzia pessoas do mundo na rota do amor, meus pais, sem saber disso, pediram comida alemã na casa deles. Eu reescrevi sobre o filme O Leitor, que é sobre a Alemanha. E o Bayern, time alemão, ganhou de 8 x 3 do Barcelona. 

Estava lá outra revelação! Não, não vou falar do Campo de Informações não localizado no tempo e espaço, mas na Consciência que compartilhamos e, por isso, sentimos a ventania das asas de uma borboleta.

Vou falar de como compartilhamos vivencias com o coração, acolhedor das diferenças. Estava lá o que é a con-vivência, ou a convergência entre o pessoal e o coletivo na nossa existência.

Se quiser sentir ainda mais seu coração compartilhando o universo inteiro, vem com a gente nestes encontros da @HellingerSchule. 

 


A página da Hellinger Sciencia no facebook e o site:

 

https://www.facebook.com/hellingersciencia/

 

https://www.hellinger.com/

 

16 de ago. de 2020

168) Dependência Positiva

 

Vamos criar uma metáfora essencial: digamos que nascemos só com uma roupa, além do corpo. Se alguém rasgar a sua roupa, você seguirá na vida com ela rasgada?

 

Pai e Mãe, embora haja substitutos maravilhosos, só há um de cada. E estão em uníssono na gente.  Ainda que rasguem a relação conosco, nos deixando rodando em círculos, não há nada que diminua a extensão das suas linhas em nossa existência.

 

Talvez por isso minha bisavó dizia para vestirmos um robe quando saíamos da cama num dia frio. A nova roupa manteria o calor do corpo sonolento.

 

Mestres e caminhos espirituais, grupos de amigos, de esporte, trabalho e namoros, às vezes, servem como aqueles roupões, nos aquecendo quando a roupa original – nossa relação com nossos pais, estiver rasgada. Um tipo de andaime que nos sustentam enquanto remendamos algum ferimento. Mesmo assim repetiremos padrões antigos das relações rasgadas. Por isso que as


decepções e as armaduras reaparecem aqui, quando descobrimos em todos os afetos a possibilidade de riscos. 

 

Então buscamos terapias breves, depois um processo terapêutico mais longo e enfim achamos o nosso terapeuta. Ele/a nos apoiará na tessitura de uma “nova” roupa com a que nos foi dada. Também nos ensinará a não esgarçar as relações, já que são também teares do que vestimos. Em outras palavras: não remendamos nossa roupagem com #terapia, mas na relação com o terapeuta, com...

 

... os pais, o namorado/a, amigos, trabalho, mestre espiritual e grupos de interesses comuns, só que agora cada um em sua tecelagem apoiando um ao outro. 

 

Todos com suas roupas únicas e o ferimento incurável, o vão de encaixe na tapeçaria da vida. Ou a grande descoberta da importância da dependência positiva na vida adulta.  

 

A dependência positiva compreendeu a necessidade de vivermos juntos, um apoiando o outro como roupões protetores desde a experiência da roupa original.

 

 

9 de ago. de 2020

167) A Mão do Pai

 

09 de Agosto de 2020 – Dia dos Pais

Obrigada, Papai!

 

Em 2015 o Hellinger nos conduziu para lembranças de uma situação ainda não resolvida, como se estivéssemos num quarto escuro sem saída, sozinhos e desamparados.

Para quem não sabe, sentir que não contamos com ninguém é a base do desespero e da síndrome de pânico. 

Então o Hellinger disse para estendermos os braços na imaginação e chamarmos o nosso pai. A mão do meu pai agarrou a minha e me tirou de lá, dissolvendo a sensação de aprisionamento e desamparo.

O mestre completou a visualização guiada mais ou menos assim: o pai nos tira de toda a escuridão. Com ele ganhamos o mundo. 

Era um Seminário sobre o Pai no qual vivenciamos o que já estava disponível desde o dia em que nascemos. E este é o detalhe desapercebido: estender a mão e chamar o nosso pai é um movimento de alma. Se o fizermos, a mão dele sempre virá, mesmo que ele mesmo nunca tenha feito isso.

É uma senha de corpo inteiro, que tem a ver com esta postagem,  que abre as portas interiores, independente dele ter dado ou não o apoio necessário.

Esta atitude não tira a responsabilidade paterna ou ameniza a sua ausência, mas revela outro movimento: existe o andar do pai para o/a filho e existe o nosso andar na direção dele.

É que para amadurecer temos que construir o caminho até o pai. Uma estrada só nossa, que não tem nada a ver com qualquer outra trilha até ele como marido, filho dos pais dele, irmão ou pai de outro filho.

Enquanto não criamos esta avenida, ficamos sem saída. E se o orgulho não permitir, pode ser que os megafones da alma gritem sintomas de depressão, vícios, rebeldia...

Quando ousamos esta jornada, o pai que a gente achava que não tava nem aí pode se revelar o pai que a gente sempre quis. Não porque atendeu às expectativas, mas porque dissemos sim. Pode ser que ele seja até melhor, ou permaneça ausente, difícil ou impossível de conviver. O caminho, no entanto, é nosso e nem mesmo ele pode nos tirar isso.

Sempre é dia dele, que me deu a vida e muito mais. Eu fiz esta jornada de amor. Muito obrigada por ter me iniciado no mundo com um dos mantras da vida: papai! O outro mantra é mamãe!

Felicidades aos pais que despertaram e despertarão para a sua imensa importância na vida da gente! 

 

Outros textos publicados neste Blog sobre o pai:

Carta ao Pai de Bert Hellinger

Um Pássaro Voa com Duas Asas

Quando o Pai fere o Feminino da Filha

O Pai e o Mundo 

Como o Pai Atuam em Nossa vida?

Animus e a Relação da Mulher com os Homens

Como Transformar Padrões de Destruições de Relações

O que Ganhamos com a Constelação Familiar?


 

 

166) Uma Nova Perspectiva Se Faz de Corpo Inteiro

 

Quem quer ter novas perspectivas muda o seu ponto de vista, inclusive com novas posturas. Corporalmente falando.

Se meus olhos quedam no mar eu sinto a minha barriga, se miram as estrelas eu sinto os anseios do mundo.

Se estou de cabeça para baixo, meus pés tocam o ar acostumado com meus cabelos. Se busco uma encrenca, fico de costas para a fogueira. Se quero paz aprendo a respirar. E se quero saúde ou doença decido o tempo de exposição ao Sol.

Quem quer novas soluções, e evitar alguns problemas, muda sua posição a cada nova situação. Faz gestos daquilo que quer. Estende a mão para o que falta até tocar nele.

Por isso a Constelação Familiar é tão eficaz. São imagens em busca de uma nova posição: FAMILIESTELLEN - posição familiar.

E é por isso também que quem escreve durante uma constelação se conecta com uma caneta dançando no papel, mas nunca com o que está acontecendo. 

Transformar é capturar formas que estavam além do nosso alcance.  É ser atravessado pela transcendência. Quem quer novas perspectivas vai de corpo inteiro. 

 

#AprenderConstelaçãoFamiliar #familiestellen #yoga #perspectiva #Transformação

 

165) Máscaras X Intimidade

 

A tempestade ofereceu um desafio para BatGirl: fazer seus cabelos ficarem revoltos.

 

Com a máscara isso seria impossível, mas desvendar o seu rosto era um risco. Ela, então, abriu a capa, que rodopiava na ventania. E abriu os braços e até um sorriso. 

 

Quando o tufão foi embora, sua vida voltou ao normal com seu eu verdadeiro protegido. O redemoinho, no entanto, ficou em sua mente.

 

“Por que os heróis precisam ficar anônimos? Por segurança, para evitar o ego ou é pelo suspense?”

 

Não era só isso... era para criar uma distância segura contra a dor, como aquelas crianças que só recebem um nome depois de sobreviverem à infância. Como animais criados para o abate. Como qualquer ente que evitamos um vínculo. Como cobrir alguém com um manto invisível retirando dele sua humanidade.

 

Disseram para ela que o antídoto para o seu medo era um bom vinho. E era verdade, se o ritual fosse em boa companhia.

 

Há, porém, um outro antídoto que mora junto do segredo, mas ao contrário dele, nos revela. Ele é o misterioso dom da intimidade, que por ser feito de mistério só pode ser visto naquele com quem se vive um momento. 

 

Quem entra em sintonia com o Insondável vê rostos, identidade e valor em toda a existência. Já não é mais um perigo para os outros nem para si mesma. Não há necessidade de heróis e seu amor não é líquido, mas pertencimento.

 

BatGirl agora enxerga todas máscaras, dançando com elas no teatro da vida. Graças ao raro efeito do vento, ela aprendeu que uma persona é uma possibilidade viável de relacionamento com o ser interior.

 

Quando se trata de outra pessoa, no entanto, ela não se distancia mais com os disfarces das estrelas, este oráculo que inveja a capacidade humana de amar. Ela olha nos olhos do outro e viram o acontecimento.

 

#intimidade #persona #máscaras #espiritualidade #yoga #relacionamentos

 

595) A Dor é Inevitável, o Sofrimento Não

  A Dor é Inevitável,  o Sofrimento Não Mônica Clemente (Manika) @manika_constelandocomafonte   Como astróloga há 34 anos, testemunhando f...