Daniel Day-Lewis e Colin Egglesfield
Quando nos vemos, nosso rosto, cabelo e roupas contam uma história
ao nosso inconsciente. Formas, cores, suas composições e estados de espírito
são estudados há séculos pelos artistas plásticos. E o temperamento, sua
correlação física e de humores, têm sido alvo de estudos há milênios, desde Hipócrates.
Jung e a astrologia contribuíram substancialmente para esta compreensão. Na Índia,
os yantras – formas que libertam – falam do impacto das formas no inconsciente.
Na literatura, teatro, cinema, a composição da personagem precisa de
uma combinação robusta de características que nos façam acreditar que eles agem
como agem e do porquê levam a história para frente.
O artista plástico e consultor Philip Hallawell, juntou tudo isso
e construiu um corpo de conhecimento incrível,
alinhando as formas das artes plástica aos temperamentos e à sua experiência
como consultor na área da beleza, moda, teatro, arquitetura etc. Ele nomeou sua
pesquisa de Visagismo.
Nossa imagem, portanto, atua como um mandato, influenciando nossos
hábitos e comportamentos, como também atinge o inconsciente das outras pessoas,
antes mesmo da primeira palavra ou gestos pronunciados. Se estas mensagens traduzem quem somos ou o que queremos, são aliados, se não, viram obstáculos.
Por exemplo: um cabelo longo, liso e negro num rosto melancólico
dirá, toda manhã, diante do espelho: sou uma sofredora. O mesmo cabelo num
rosto sanguíneo compensará em imagem de disciplina naquele rosto jovial. A cor
da nossa pele também se afina com as cores dos tecidos e ornamentos, ou não,
enviando novas mensagens.
Numa Constelação Familiar, ou no atendimento do Mapa Astral, se a
imagem de uma pessoa não é orgânica com quem ela “é” – em 30 segundos de
conversa já dá para perceber este ajuste -, me pergunto com quem ela está
identificada? O que disseram para ela quando pequena? O que aconteceu em tal
fase da vida? Nos Seminários “Histórias que Atuam - Constelação Familiar a
partir do Conto de Fada preferido”, estas conexões ficam ainda mais
evidente.
Na foto acima, os atores ️ Daniel Day-Lewis e Colin
Egglesfield são morenos, olhos claros penetrantes, sobrancelhas grossas e
lindos. Mas passam impressões completamente diferentes, graças a seus traços
únicos e como lidam com eles.
Repararam a cor rosa da pele do Lewis e amarela de Colin? E o
nariz? Um nariz grande e torto, como de Lewis, parece perceber mais o ambiente
e de forma desalinhada. Mesmo que estas não sejam a característica do Lewis (e
geralmente são), nosso inconsciente as capta naquele padrão. Logo, ele nos faz
sentir que ao seu lado o mundo será uma aventura intelectual e artística, por
conta da testa longa, e emocional por conta da boca grande. Seu queixo saliente
- opiniões fortes - diz que ele faz o que quer. Ele pode disfarçar e acentuar estas características, e até mudá-las, usando cortes de cabelo, cores específicas nas roupas e intensidade dos gestos.
Já o Colin, com nariz desenhado com pincel, nos remete a
uma vida pacata e misteriosa, com seus lábios finos. E ele, embora não tenha
traços tão poderosos como Lewis, quer ser ou é poderoso, como insinua o
topete. Levantar o cabelo para cima não faz a gente perceber que seu
queixo é pequeno, embora bem marcado. O mesmo recurso pode disfarçar orelhas
grandes, porque o volume do cabelo puxa a nossa visão e como percebemos uma pessoa.
E por que isso é importante? Porque a imagem é a primeira
linguagem. É a conversa do mundo com inconsciente. Uma palavra só faz sentido, depois que a assimilamos como imagem. Tanto na vida, como
terapeuta, esta linguagem atua curando ou causando danos.