13 de set. de 2019

103) O Pai e o Mundo



O Pai nos prepara para o Mundo, mas qual mundo? O mundo terreno, do aqui e agora. Das possibilidades reais. Com o pai deixamos de ser semideuses com seus emaranhamentos e viramos humanos. Conseguimos assim sobreviver, viver, crescer e amadurecer com o mundo.

O semideus não consegue fazer isso. Ele é filho de uma humana com um deus nos mitos, sendo perseguido por deuses inimigos o que significa ser filho de um pai que não vemos, ou não reconhecemos, ou ainda não integramos, sem conseguir a força que nos protege.

Quando começamos a dar os primeiros passos, colocando os pés na terra, se a mãe conduz a criança para o pai, aprende que pode ter seu pai também, além da mãe. Se o pai está lá para a criança quando a mãe gentilmente o conduz nos primeiros passos, o filho está seguro para ganhar o mundo. Pode ser que a mãe não queira fazer isso, aí gera alienação parental. Pode ser que o pai não esteja presente, aí gera movimento interrompido. No primeiro impedimento, a criança terá medo do mundo ou será “tão corajosa” que se meterá em encrencas contra “os deuses” - aquilo maior do que suas possibilidades reais. Os feitos grandiosos dos deuses não cabem aos humanos. As tragédias gregas já nos ensinavam isso. No segundo impedimento, congelamos no trauma e não avançamos mais. Como retomar ou fazer a primeira vez o caminho para o pai?

Pode ser também que a gente fique no meio da briga dos pai e da mãe, sem conseguir sentir apoio de nenhum deles. E pode ser que a gente tenha o pai sempre ao nosso lado, mas nossas fantasias de perfeição não nos deixam reconhecer o que aquele homem faz por nós. Pode ser que sejamos a filhinha do papai, uma semideusa de mãe divina e pai mortal, ou seja, rejeitamos a mãe e nos achamos melhores do que ela para o pai. Este pedestal de ilusão será a rasteira de nossas quedas.

Vivenciaremos estas e outras dinâmicas no seminário de Constelação Familiar “O Pai e o Mundo”, hoje dia 13 de setembro de 2019  às 19 até 23 horas e dia 14 às 10 até 18 horas, em Porto Alegre. Foi ideia da Arati e será facilitado por mim, Mônica Clemente (Manika) e Adriane Amaral (Arati). Se sentir o chamado de entrar no mundo com a força da mãe e do pai bem integradas, lembrando que um pássaro só voa com suas duas asas, me escreve: manika@manika.com.br ou para arati.a@terra.com.br

@adrianeamaral.arati @constelandocomafonte

6 de set. de 2019

102) O Animus e a relação da mulher com o homem



Cronos


Todo padrão, positivo ou negativo, tem ventosas, escrevendo com nosso sangue o seu destino. O animus, segundo Jung, é a contrapartida masculina no psiquismo da mulher moldado pelos mandatos da mãe, vivências e conceitos das avós e ancestrais sobre os homens. Ele também é talhado na relação com o pai, os avôs, a cultura masculina do seu clã e uma pitada oceânica de nós mesmas atacando ou aceitando os homens.

Ele é necessário e nos leva além, mas pode ser negativo impedindo toda relação. Ele é o demônio Asmodeu matando os 7 maridos de Sara. E o Anjo Rafael que a uniu, depois, com Tobias. Se quiser ler um excelente artigo sobre a análise junguiana do animus neste mito e na relação de mulheres com seus companheiros, acesse aqui.

Sistemicamente, vemos relações difíceis com os homens na filhinha do papai que rejeita tudo que vem da mãe (Basta atender às expectativas do pai como se ele fosse nosso homem. E negarmos nossa mãe como mulher e mãe). Basta achar que uma mulher deveria agir diferente do que age para sentir o timbre do animus negativo.

O Animus negativo (AN) não solta até pararmos de nos debater tentando mudar fora, no homem, o que o feminino tem que fazer. Podemos até ser submissas, femininas e meigas mas ele é cruel, sádico, prepotente, castrador e possessivo aparecendo em nossa voz interior: “Quero um homem espiritualizado como eu”. Este é o melhor disfarce do AN! Parece que melhoramos em nosso percurso de autoconhecimento, mas na verdade emparedamos o feminino ou quase o aniquilamos querendo algo melhor que um homem: um santo.

Tem também aquelas frases interiores: “Você vai dar mole pra ele que não te respondeu o zap faz 2 segundos?!!!”; ou “Quando amo faço assim! Por que ele não é igual a mim?!”; ou “Ele não está usando todo o potencial dele”. O Animus negativo aqui está competindo para ver quem é o melhor homem para a mulher. Ele, possuindo o psiquismo feminino, ou aquele que ela se sente atraída, mas não atende às expectativas do animus.

 “Ele vai te achar uma puta se você pintar as unhas de vermelho! Oh, falei puta!”. Se um homem achar isso, sai pela esquerda, mas se você pensar o que ele vai pensar, o inimigo tá dentro.  

“Vou dar uma lição de constelação familiar pra ele!”. Ai,ai,ai. O Animus negativo adora ser psicóloga dos namorados. “Todos os homens não prestam”. “Ele só quer me comer !” Enfim, uma infinidade de vozes que parecem ser nossas, mas é do Animus negativo querendo todo seu psiquismo só para ele e para você não casar e cuidar da sua mãe ou pai. Para poder vencer no trabalho rejeitando todas as suas outras necessidades femininas. Para continuar culpando os pais pelos desafios que eles trouxeram, feitos sob medida para gente melhorar, mas que não queremos encarar.

Pode ser sim que a tua avaliação de um homem seja precisa e não o animus negativo sabotando a relação. Pode ser que ele não seja um homem sério que você imagina que vai torna-lo sério. Talvez tenhas te apaixonado justamente porque ele é leve. Então curte isso. Se não te serve para casar, também aceita isso. Se tentar moldá-lo porque no fundo ele não chegou ao ápice dele, isso é coisa de animus negativo. Usa esta energia para buscar teus objetivos, animus positivo, e não mudar o outro.

Tem dois antídotos para o animus negativo: paciência e uma fila de mulheres ancestrais fortalecendo o feminino. E / ou começar a respeitar o seu pai. Se ele “não se dá ao respeito” (o que será isso, né?) é problema dele. Se quiser tratar o seu animus, ou doutrinar o seu homem ou mudar o seu pai, vai ser tragada pela negatividade do animus novamente. Focamos no feminino e respeitamos o pai e os homens.

Vamos ver isso e muito mais no seminário de Constelação Familiar “O Pai e o Mundo” em Porto Alegre dias 13 e 14 de setembro de 2019. O link está aqui.

28 de ago. de 2019

101) Histórias que Atuam - entrevista

O Histórias que Atuam é um seminário criado por mim, Mônica Clemente (Manika), e a psicóloga Adriane Amaral (Arati) baseado no trabalho do Bert Hellinger com contos de fada e constelação Familiar. 

Você sabe qual o seu conto de fada preferido na infância e o que ele pode revelar em relação à vínculos de destino e roteiros ocultos?


 Virando a Página da consteladora Simone Arrojo, rádio Mundial, dia 21/08/2019.

10 de ago. de 2019

100) Como o pai atua em nossa vida?






O mantra que ilumina o final do túnel se pronuncia: Pa-pai


Se a mãe é o rosto do sucesso, o pai é a coragem de entrar no mundo. Ninguém nasce sem um pai e uma mãe em uníssono no coração, por isso não há órfãos na alma, nos genes e histórias que carregamos. A relação com eles é mediada pelas Ordens do Amor. Estes princípios atuam, como demonstrou Hellinger, como a força da gravidade independe de acreditarmos nela ou não, e nos conduzem ao sucesso. 

Você sabe, então, como o seu pai atua em sua vida? 

  • Um pai só existe por causa da mãe e vice-versa.
  • Nós somos o amor deles levados às últimas consequências, como disse Hellinger.
  • Todos nascemos na esfera da mãe.
  • Chegar à esfera do pai é um esforço e uma jornada que temos que fazer. Atua como iniciação.
  • Se a mãe é o rosto do sucesso, o pai é a coragem para entrar no mundo e seguir em frente!
  • Se a mãe protege, o pai salva.

Agora, sente estes movimentos:

  • Seu pai tem um lugar na família ou está cercado por um mar de solidão e desprezo, mesmo servindo a todos?
  • Você sabe caminhar para seu pai como filho/a, ou você caminha para ele como juiz, advogado, capanga da mãe, nutricionista, enfermeiro, etc.?
  • Quando sabemos da adoção de uma criança com o pai desconhecido, pensamos no pai biológico dele ou desconsideramos esta parte da família?
  • Você consegue preservar a sua relação com seu pai, independente da relação que ele teve com a mulher dele? Ou você toma partido na relação dos teus pais?
  • Você, mãe, deixa seu filho tomar a vida que veio do pai dele/a? Ou rejeita e teme características dele em teu filho?
  • Você, filho, sabe que teu pai é o certo para você?
  • Você, pai, sabe a força da tua alma como pai? 
  • Você, pai, sabe o quanto és importante para o teu filho? Ou você deixa tudo com a mãe dele?
  • Você, pai, compete com a maternidade ao invés de assumir a sua paternidade?
  • Você, pai, respeita a mãe do teu filho nele? Ou rejeita nele o que tem dela?
  • Você, filho, já deu a mão para teu pai em teus pensamentos quando se sente preso na escuridão? Não?! Tente...
Muito obrigada a todos os pais de todos os tempos!
Muito obrigada ao meu pai e todos que vieram antes dele #papai


99) Faz Diferença



Foto de Luiz Bhering

Tem uma fábula que diz: um velho caminhava pela beira da praia quando viu um rapaz se abaixando e jogando estrelas do mar de volta ao oceano. Eram milhares delas. O bom homem, então, interveio:


- Parece que o Céu caiu esta noite!

O rapaz sorriu enquanto atirava outra no mar. O ancião continuava:
- São muitas estrelas. Você não vai conseguir ajudar todas elas. No final das contas, não fará muita diferença.

O jovem lançou mais uma e disse: “Mas pra essa daqui vai.”

Deste dia em diante, o velho homem começa a devolver as estrelas para o mar num lado da praia, enquanto olha o jovem de longe fazendo o mesmo.

Há quanto tempo ele tinha ficado sínico, sem acreditar em mais nada?

A brincadeira deles era se encontrar no meio da enseada para se lembrar que eram a mesma pessoa, o de outrora, cheio de esperanças e o que venceu o tempo. 


23 de jul. de 2019

98) A Jornada do herói em cada um de nós


Princesa Leia Organa


Nunca fui de beber, mas Luke SkyWalker apareceu aqui com um holograma da princesa Leia saindo de um robô chamado R2PO que falava digitalês. Ela, querida, alguém que a ajudasse na rebelião contra a Estrela da Morte. Eu disse não, mas ele, como se fosse o Joseph Campbell*, disse:

-  Moça, a forca ou a força? A jornada chama todos para sair do mundo real e ir para o mundo mágico.

Lá são todos os poderes ocultos dentro da gente. Lá, o novo desafia ultrapassar mãe ou pai, até os abusivos, relacionamentos destrutivos, medo da gravidez, de ser pai ou mãe, medo de ser o que queremos e nem sabemos. Ele é todo chamado revelador dos nossos não roteiros impostos e do que realmente queremos, quando nos libertamo desta imposição.  Eu disse:

- Sai pra lá, bonitinho!

Era medo. medo do novo.

A Jornada do Herói tem 12 fases que ajudam saber em que roteiro oculto estamos presos e qual a nossa missão depois de nos libertarmos disso:

1. O mundo comum:  Skywalker desmonta robôs em desuso, mas quer  as estrelas. (O que você quer e o mundo quer de você?);

2. O chamado à aventura: Luke recebe o chamado de Leia para uma rebelião (Engravidamos, homens e mulheres, sem “querer”; temos pais ou parcerias abusivas, trabalhos sem sentido; não sabemos para onde ir; etc.);

3. Recusa do chamado: Luke lembra que os tios padrastos não o deixariam partir (Nós queremos abortar; não somos capazes; “isso não é para mim”;  meus pais, amigos, sociedade são culpados de eu estar assim...só não cabe aqui situação de vulnerabilidade. Neste caso é difícil mesmo sair sem políticas públicas.);

4. Encontro com o mentor: Luke encontra Obi Wan Kinobe que o treina para ser um Jedi (Temos um sonho, um analista, uma amiga, grupos, políticas públicas que conseguem “nos salvar” do que impede de viver nosso destino?);

5. A travessia do primeiro limiar: Luke contrata o irascível Han Solo e o Chewbacca para leva-los até Leia. (Aceitamos os ônus e bônus da travessia? Se tod@s abortaram ou abandoaram seus filhos em nossa família,  seguiremos esse caminho? Se não o fizermos, não pertenceremos? Conseguimos fazer um pouquinho diferente, mesmo sentindo culpa?);

6. Provas, aliados e inimigos: Darth Vader é um inimigo muito perigoso (Muitos abortaram e abandonaram filhos na família? Não seguiram o chamado e se acomodaram? Como fazer diferente sem ser pretensioso ou sucumbir ao poder?);

7. Aproximação da caverna secreta: Luke treina com Yoda e descobre seus poderes (Damos conta de ser pai ou mãe, embora a sociedade queira o diploma ou o companheiro/a certos? Somos bons e felizes no que fazemos? Bancamos o que queremos ou nos fazemos de vítimas?);

8. A provação:  Luke, agora Jedi, enfrenta Darth Vader, seu pai, e a Estrela da Morte. (Quem disse que seria fácil fazer diferente?);

9. A recompensa: Luke descobre a sua força.(Nós também);

10. O caminho de volta: Luke, Leia, Han Solo e Chewbacca vencem a Estrela da Morte  (Vencemos as núpcias com o que não nos leva além. Tomamos a vida do pai ou da mãe e não nos deixamos de ser abusado/a por eles? Tentamos novas relações, mesmo depois das decepções? Nos responsabilizamos pelas dores e amores da nossa vocação? Etc.)

 11.  Ressurreição: Darth Vader não morreu e é pai de Luke e Leia. A aventura  levou todos a se autoconhecerem. (Entendeu que quis abortar porque todos abortaram na família? Que quis se separar porque naquela mesma idade seus pais se separaram? Que quis ser infeliz no trabalho porque seus pais fizeram o mesmo?  Ou que está repetindo um padrão que não é teu e pode se libertar disso sem se sentir melhor que teus ancestrais? Agradeceu a vida, o sustento, os sacrifícios sem se punir?);

12. O retorno com o elixir: Luke, Han Solo, Leia e Chewbacca são vitoriosos. 

Consegue reconhecer o que ganhou, cresceu e aprendeu com o que passou? Ou ainda sente rancor?

________________
* Por que Guerra nas Estrelas capturou o inconsciente coletivo, se tornando um dos filmes mais visto do século passado e atual? Porque ele contou com a ajuda do mitólogo Joseph Campbell e seus estudos sobre os desafios da Jornada do Herói, no qual todos nós, em algum momento, somos convidados a fazer.


12 de jul. de 2019

97) Paixão e Emaranhamentos



O amor, como disse Gibran em seu poema maravilhoso, nos leva ao fogo sagrado e nos transforma. Enquanto buscamos ele em sua forma apaixonada e doída nas relações de casal, estamos à serviço dos emaranhamentos do nosso sistema familiar. 

Por exemplo, o avô excluído, o primeiro esposo morto da bisavó antes de encontrar seu bisavô, a noiva largada ou ex-namorado que ainda serve de deboche nas conversas levianas, os filhos perdidos da bisavó, da mãe, nossos, a raiva sufocada da ancestral contra o marido abusivo, e tantos outros “cantos sem cantores”* . Estas dinâmicas ressurgem numa paixão desenfreada buscando a solução tão aguardada. A paixão é insuportável, mas se a perdemos parece que arrancaram um braço, sem perceber que o tronco quebrado da árvore familiar quer renascer através da gente.

Tão logo fazemos os movimentos necessários de incluir os excluídos, aceitar os sentimentos das antigas gerações sem querer vinga-los, aceitar nossos pais como são, inclusive como amam seus parceiros parando de dar-lhes conselhos, voltamos ao nosso lugar de poder. Como um riacho que parou de achar que é a cascata que o fez nascer, equilibramos o dar e receber agradecendo de onde vem mais (os pais) sem se arrogar à pagar para eles, mas servindo à vida que segue em frente.

Reencontramos o nosso centro e deste lugar deixamos o novo movimento atuar por um tempo, até que Eros não use mais suas flechas para resolver a nossa pré-história, antes de nascermos. Daqui em diante o amor ainda vai nos debulhar, mas o Cupido nos lançará a outro tipo de encontro amoroso.

Como disse Hellinger, tem ordens ocultas que permitem o amor fluir. Sem elas, o amor cai no desfiladeiro dos ecos, com elas pode seguir.

*”canto sem cantor” é um verso da música “Catendê” de Jocafi, Ildazio Tavares (a poesia é dele), Onias Camardelli:
intérprete: Maria Creuza, Toquinho, Vinícius de Morais

#DoAmor #Gibran #Hellinger #RelacionametoDeCasal

10 de jul. de 2019

96) Afrodite, a riqueza oculta





No meu caminho para o trabalho ninguém vê, mas eu giro no ar mais do que o Baryshnikov trapaceando o Saci. Bato a bota no paralelepípedo no show de rock onde eu sou a star. Acaricio a echarpe como uma amante depois do êxtase enquanto encaro a alma do moço de barba gigante. Eu não gosto de barba, mas com fone de ouvido tocando Tiny Tears eu danço com o que eu costumo me fechar. Me maquio fazendo a Isabella Rossellini temer perder o contrato da Lancôme lá no século XX. Sim, eu viajo no tempo, no espaço e em cometas. Todas as letras dos meus sonhos românticos são em dupla. Ninguém fica de fora quando eu escuto a sua música. Eu invejo, veja a minha pobreza, a menina dormindo no frio no meio da calçada, de barriga para cima e um leve sorriso com Deus e a alvorada de leito. Ela não tem a insônia da minha cama protegida e quentinha? Ela escolheu ou pagou o mais novo regime da moda para ficar mais magra? Os deuses me desprezariam se eu existisse para eles? Afrodite não é seduzir é acessar o prazer que está em mim e em você como uma riqueza que ninguém vê.

#Afrodite #Prazer #RiquezasQueAGenteNãoVê

4 de jul. de 2019

95) Conexões Ocultas entre as Mães Ancestrais

                   

Ilustração de Ericka Lugo


                      Muitas mulheres se tornaram mães até a vida chegar em você. Se houve uma ruptura entre uma mãe e sua filha, que foi a mãe da mãe da mãe da mãe da sua mãe, por exemplo, isso ainda pode estar atuando em cada geração aguardando uma solução. Desde lá, pode ser que as futuras mães não consigam se conectar com suas filhas ou vice-versa, ou começam a ter sintomas físicos nos órgãos reprodutores, guardiões do caminho do amor perdido. Então a gente vira para nossa mãe e diz, de verdade (não temos tempo para perder), “você é a certa para mim”!

                     Como uma trilha de dominó perseguindo a próxima peça, esta senha atinge aquela filha e mãe separadas. Não fazemos isso com a intenção de mudar o passado, é impossível. Fazemos isso porque temos a chance! Chance de retomar aquele movimento de amor interrompido e seguir em frente. Como o Bert Hellinger viu isso é um mistério que tem mudado as relações humanas, mas está presente na existência, em toda sua potência, desde a primavera. Nela, como um lembrete, as flores não têm dúvidas de que aquela árvore é a certa para elas. 


#mãe #avó #constelaçãofamiliar #berthellinger

17 de jun. de 2019

94) As forças que Atuam no Sucesso




Você conhece as forças que atuam no sucesso?

Sabe como ele se apresenta em nossa vida e de onde tiramos a força para sustenta-lo? Já vivenciou as descobertas do Bert Hellinger, criador da Constelação Familiar, sobre o sucesso?

Ele descobriu que o “sucesso tem o rosto da nossa mãe” [i] .  E todo o sucesso é forte, como disse a Sophie Hellinger, sua esposa, que aprofundou as compreensões da Constelação Familiar. Assim, não existe sucesso fraco.

E por que o sucesso é forte? Porque ele está diretamente relacionado com todos os êxitos que somos encaminhados a ter em nossa vida, desde o nascimento.  Todo o esforço e obstáculos que enfrentamos ao nascer é a nossa primeira conquista. O primeiro grande êxito. Todos nós nascemos com a marca da vitória. 

Quem teve problemas no parto, segundo Hellinger, recebe uma força especial, porque teve que compensar e ultrapassar de forma criativa os obstáculos apresentados.

O segundo grande êxito é tomar a vida que vem da mãe, no aleitamento materno, por isso também ele é tão importante. Por favor, não usem isso para recriminar sua mãe se ela não pode ou não quis amamentar, porque o terceiro êxito é realizar que a sua mãe é a certa para você. Isto não quer dizer aceitar abusos ou que ela possa atrapalhar o próprio presente ela te deu, que é a vida. Isto quer dizer estar de acordo com a sua origem e os aprendizados que vieram junto.

Depois vêm outros êxitos, como sair da esfera materna e ir para esfera paterna. Alguns contos de fadas são sobre uma pessoa desajeitada tentando salvar a princesa de uma torre, com um feroz dragão no meio. Este desafio pode ser a nossa tentativa de sair da esfera da mãe para chegar ao nosso pai, preso no mundo das exclusões parentais. E por que sair de uma esfera e se aventura na outra? Porque pai e mãe estão em duas esferas completamente diferentes e ensinam algo a partir de cada uma delas, mesmo que em nosso coração cantem em uníssono.

O menino seguirá desta esfera para vida adulta e a menina retornará para a esfera da sua mãe e de lá para a vida adulta.

E todas estas conquistas reverberam na vida profissional, como observamos nos Seminários de Constelação Familiar. A forma como a gente trata a nossa mãe é como o trabalho nos trata. A forma como a gente se esquiva da mãe é como o sucesso se esquiva. A forma como o mundo fica alheio às nossas expectativas é como ainda não chegamos ao pai. E como nos relacionamos com os dois, pai e mãe, juntos em nosso coração, é como amadurecemos.

Esta temática será oferecida como vivências sistêmicas, constelações familiares, meditações e visualizações nos dias 28 e 29 de junho em Porto Alegre no workshop de Constelação Familiar “As Ordens do Sucesso”.

Será facilitado por mim, Mônica Clemente (Manika) e a psicóloga Adriane Amaral (Arati). Se quiser informações, me escreve um email manika@manika.com.br
ou para a Arati arati.a@terra.com.br

Estarei também, uma semana antes em São Paulo, dias 24, 25 e 26 de junho de 2019 para o atendimento individual com Constelação Familiar – se quiser informações só escrever para o manika@manika.com.br

#Mãe
#Pai
#OSucesso
#BerteSophieHellinger
#ConstelaçãoFamiliar
#ConstelaçãoFamiliaremPortoAlegre
#ConstelaçãoFamiliarComManikaeArati






[i] Neste texto  maravilhoso do Hellinger – O Sucesso tem o rosto da mãe - você pode aprender mais sobre as forças que atuam no sucesso.




15 de jun. de 2019

93) O Caminho dos filhos para a mãe e o pai

“O maior presente que os filhos dão ao pai e à mãe é ser seu filho, assim os pais se tornam pai e mãe” Eugenio Davidovich.
Tem pai que só vai ter seus filhos muito tarde ou nunca, se a mãe é possessiva ou houve qualquer tipo de alienação parental (deboche sistemático gera alienação).
Tem mãe que perde seus filhos nos primeiros anos, porque um dos dois ficou doente ou ficaram muito longe e a criança não consegue mesmo suportar a distância. Ou porque também houve alienação parental. Há vários motivos que nos fazem deixar de ser filho/a.
Outros motivos são: quando julgamos, ou queremos salvar, ou debochamos, ou excluímos, ou somos seus juízes, capatazes, aliados, mãe ou pai dos pais. Pode ser que haja, repito, um movimento de amor interrompido, quando na infância a mãe ou o pai por algum motivo estavam longe fisicamente por mais tempo do que a criança podia suportar.
Mas, como diz Mimansa, “nunca é tarde para ter os pais e é sempre a primeira vez”. Geralmente quando falo disso, algumas pessoas justificam a distância com os erros dos pais, mas aqui estamos falando do filho e não dos pais.
Todo pai, mãe e filhos são os certos! E há aprendizado para cada um deles. Ser filho, todos nós somos, ser filho dos nossos pais é uma jornada e tanto!


14 de jun. de 2019

92) Como escolher uma parceria de amor?



Do milagre ao amor à segunda vista

Os milagres são responsáveis pelos encontros que viram relacionamentos amorosos. Como os milagres atuam à revelia, deixamos ele agir sem a nossa interferência.  Para uma relação dar certo, no entanto - o que não quer dizer ser eterno no tempo, mas enquanto dure -, o amor precisa seguir adiante da primeira para segunda vista.

Segundo as observações do Bert Hellinger nas Constelações Familiares, o “amor à segunda vista” (nome de um de seus livros)  inclui aquele amor à primeira vista, quando a mágica aconteceu, e depois de algum tempo,  mais cinco passos dentro da relação.

Quando o amor segue adiante numa relação mais séria, os parceiros conseguem olhar para si mesmos, para o parceiro como totalmente outro, para as  suas próprias demandas (família original, vocação, criatividade e responsabilidades),  para as demandas do parceiro e, finalmente, para  o futuro da relação, onde o olhar dos parceiros se cruzam no casamento, e/ou em alguns projetos em comum, e/ou filhos, etc. Não precisa ser tudo junto, mas deve haver alguma convergência de propósitos.

Estas cinco entidades 1) o eu, 2) o totalmente outro irredutível às expectativas do primeiro eu, 3) o nós (a relação e o encontro dos olhares), 4) o que preenche um e 5) o que preenche o outro, devem ser vistas, incluídas e respeitadas em sua totalidade. Isto implica entender que um casamento é uma nova família, que não excluiu a família original, mas prioriza a nova relação. Todo parceiro que tem para si que sua família original é mais importante que a nova família com o cônjuge, mesmo sem filhos, não está na esfera do amor à segunda vista.

Se estas esferas são contempladas, se existe o amor, a relação pode dar certo. Ainda assim, estamos na esfera dos milagres.

E quando as relações parecem que “não deram certo”?

Algumas frases como “por que eu atraio sempre isso?”, “eu tenho o dedo podre”, “todos os meus relacionamentos foram horríveis” revelam no primeiro enunciado uma princesa ou um príncipe num caixão de vidro esperando o consorte encantado para salvá-lo. Se o encantando  não conseguir salvar (e não vai), ouvimos a frase “por que eu atraio sempre este tipo de homem, mulher, parceria?


O tal de dedo podre, além de falar mal do próprio dedinho que não tem nada a ver com isso, também denigre o parceiro. Ao menos aqui há uma escolha, não estamos mais tão passivos.

“Todos os meus relacionamentos foram horríveis” revela um círculo vicioso de erros que ainda espera a ação protagonista. E qual é esta ação? Buscar ajuda certa! Todo círculo vicioso prova que a pessoa não consegue se ajudar sozinha.

No primeiro caso, se a gente pode escolher e não escolhe o parceiro/a, então achamos que “atraímos algo”. É tão passivo e regressivo que estamos falando de um trauma na tenra infância, que não é um parceiro que vai resolver. É um movimento de amor interrompido com a mãe, geralmente. Não adianta forçar a mãe chegar na pessoa que tem este trauma com chantagens, doenças, críticas ou querendo uma mãe diferente do que se tem. É a pessoa que tem que sair da dor da separação e chegar na mãe, se ela está disponível. E do jeito que a mãe é. Se a mãe realmente não está disponível ainda tem que aguardar um pouco. 

Na constelação podemos ver isso. Na maioria das vezes ela já está disponível, mas a pessoa adulta tem muito medo, raiva e trauma cobertos por reclamações intermináveis. Se ela puder perceber que a dor de seguir em frente em uma relação de amor pode ser ultrapassada naquela fase e não mais “atraindo” pessoas indisponíveis, que em última análise estão a serviço de mostrar algo, ela muda o tipo de pessoas “que atrai”. Ela passa a escolher, na verdade, pessoas disponíveis.

 No caso da adoção, é preciso reconhecer a mãe original no coração, aceitar o abandono e aceitar a mãe adotiva com tudo que isso implica.

No outro caso mais ativo, de quem escolhe “errado” porque tem dedo “podre” (acho horrível esta imagem), tem duas dinâmicas a princípio. 1) Ou se está tentando resolver algo da relação dos pais, porque julga a relação amorosa dos dois ou porque julga como cada um deles ama e se relaciona. O passo decisivo e sanador é: deixe os pais amarem e se relacionarem do jeito deles!. E daí se a mulher aceita triângulos amorosos? E daí se o homem é “mais fraco”? Não é a mãe e o pai na relação, é um homem e uma mulher, ou dois homens ou duas mulheres tentando achar o caminho deles na relação amorosa deles. Os filhos não têm que se meter nisso. Nem os pais devem envolver seus filhos netas querelas. 2) Ou há a tentativa de incluir alguém excluído do sistema que tem as mesmas características do parceiro/a escolhido.

Como escolher uma parceria?

No caso de nem saber escolher, que é diferente de escolher “errado”,  podemos usar as funções cognitivas descobertas pelo Jung. Ele observou que as funções que decidem são o pensamento ou o sentimento, e não a intuição ou a sensação. E vai depender de qual destas funções é mais forte na pessoa.

A intuição e a sensação não decidem porque são funções programadas para buscar informações no mundo interior ou exterior. Elas pesquisam, colhem dados e o sentimento e o pensamento analisam.

Os olhos veem, o tato sente, o faro intuitivo capta parâmetros ou o que ainda nem se manifestou. Estas funções não se preocupam em decidir. Por isso aquelas fantasias que fazem a gente acreditar cegamente em tantas coincidências e negar o que o pensamento ou o sentimento está dizendo, não ajudam em nossas escolhas amorosas.

Estas funções trabalham juntas para a gente funcionar genialmente, escolhendo da  melhor maneira os relacionamentos amorosos, de amizade e vocação.

Como?

Partindo do pressuposto de que você ama e é correspondido, de que você busca aquele homem ou mulher e não outros interesses como posição social, a família dele/a para compensar a que você não teve, etc, na hora de escolher se vai ou não embarcar em uma relação mais séria:

1)    Se a tua função primária ou secundária for o pensamento extrovertido, você deve decidir pelo parceiro que funciona e coaduna com teus projetos de vida. Se não tiver tesão e amor, esta escolha é frívola. E se não tiver aquelas 5 esferas descritas acima a relação pode navegar por mares turbulentos, embora o amor seja forte.

2)    Se a tua função primária ou secundária for o sentimento extrovertido, deve escolher um parceiro/a que cria harmonia com sua família, seus amigos e objetivos sociais.

3)    Se for o pensamento introvertido (o que mais erra em escolher parceiros, porque não usa sua lógica afiada) vai escolher aquele relacionamento que faz sentido estar junto. Uma femme fatale (mulher fatal) ou um don Juan às vezes se aproveitam de quem tem esta função principal ou secundária e não a treina. Conheço alguns intelectuais homens e mulheres que ficaram com dívidas imensas por conta de não ter visto a falta de lógica de se relacionar com uma pessoa tão diferente e, às vezes, interesseiras. O mesmo dom que têm para achar erros no pensamento abstrato devem usar para decidir quem escolhem para parceiros. Não há problema dormir às 22 horas quando a esposa sai para balada, o problema é não usar a lógica para ver se há convergência de projetos de vida ou não.

4)    Quem tem o sentimento introvertido como primeira ou segunda função deve escolher alguém que tenha os mesmos valores e princípios ou que pelo menos não sejam antagônicos. Se todos aceitam o poliamor, funciona, se um não aceita e o outro só acredita nele, não vai funcionar.


É bem mais sofisticado do que isso. E menos engessado. Mas se você conhecer sua adaptação de consciência, veja aqui ,  aqui, e aqui, e isso leva anos para descobrir, pode começar a entender porque apesar de uma paixão imensa por uma pessoa, talvez ele ou ela não sejam a pessoa certa para se ter uma relação de casamento.

Por outro lado, usar só estes critérios descartando aquela magia milagrosa de Eros, é quase se prostituir.

Vou dar alguns exemplos (simples):

1)   Um tipo intuitivo extrovertido pode se apaixonar por muitas pessoas porque vê beleza em tudo. E pode ferir muitas pessoas porque depois do “aqui é meu lar” descobre outros lares interessantes com a chama da novidade. Como uma pessoa assim pode escolher um parceiro mais adequado para ele e para parar de machucar os outros?

Ou escuta o seu sentimento introvertido ou seu pensamento introvertido. (As outras funções como o pensamento, sensação ou sentimento extrovertido ou a sensação, intuição introvertidas nunca serão a segunda ou primeira função deste tipo.)  Se for o pensamento introvertido ele dirá: escolha alguém que seja livre como você é, que queira crescer como você quer crescer, ou ao menos incentive e respeite isso. O Sentimento introvertido dirá: escolha alguém que acredita em tal coisa, ou tal coisa, que tenha este e este valor vitais para você. (Não é um check list).

2)    Uma pessoa com a função primária ou secundário sensação extrovertida vai se sentir atraído por parceiros pelo tesão, alegrias, sensações e aventuras. E também vai ferir as pessoas porque não vê nenhuma relação entre sexo e amor e acham que todos são assim também. Pode ter tantos parceiros e ferir tantas pessoas se não usar o sentimento ou pensamento introvertido para fazer escolhas melhores, sem nem se tocar do estrago que fez.

O pensamento introvertido dirá: escolhe alguém mais pé no chão, trabalhador e cheio de energia. O sentimento introvertido dirá: escolhe alguém mais afetivo que entenda seu jeito de amar pelas ações e não pelas palavras, por exemplo.

3)    Uma pessoa intuição introvertida como primeira ou segunda função pode ficar tão alheio à realidade, em seu mundo intelectual genial que não vai se tocar que está se relacionando com uma pessoa nada a ver com ela. Ou vai ferir um parceiro porque é tão distante e desatento que deixa todas as obrigações para a esposa ou marido. E se esta pessoa se ferir numa relação amorosa vai se defender anos a fio. Ela deve usar seu sentimento ou pensamento extrovertido para ajudá-la.

O sentimento extrovertido dirá para ela: se liga, querida! Você é mais charmosa do que pensa que é e gosta de relações harmoniosas, por que escolheu um brigão? O Pensamento extrovertido dirá: não vai funcionar assim. Seus objetivos são estes e esta relação não te ajudará a alcança-los e não deixarão ele ou ela alcançar os objetivos dele[MC3] /a. Ou, esta relação funciona muito bem, porque eu a amo, ela me ama e temos muito em comum para atingir nossos objetivos. (Pra mim que sou sentimento introvertido – o oposto do pensamento extrovertido -  quase dói escrever isso, mas cada pessoa tem um dom da melhor escolha, não podemos julgar).

4)    E, finalmente, uma pessoa com sensação introvertida na primeira ou segunda função cognitiva pode se atrair por pessoas que lhe tragam conforto e lembrem sua infância, mas que não lhe trazem harmonia ou tem projetos antagônicos ao que ela quer. Quem vai ajudá-la também é o pensamento extrovertido ou o sentimento extrovertido.

O pensamento extrovertido na segunda ou primeira função lhe dirá: escolhe alguém que você ame, claro, e que entenda seu jeito analítico e perfeccionista, assim como goste de uma boa luta ao teu lado, com todo conforto do mundo, claro! E o Sentimento extrovertido dirá: ah, que lindo! Ah que lindo! Tudo tão lindo, farei tudo para criar a melhor e mais linda harmonia, mas se abusar de minha gentileza e perseverança nas relações, eu mostrarei o meu limite. Então eu escolho a pessoa que vai entender o meu terno coração e saberá cuidar do nosso amor como eu cuido, mesmo que de forma diferente.

Um encontro de amor é um milagre que nem liga para esta explicações, seja ele difícil ou abençoado. No primeiro caso, há ajudas ou escolher não viver qualquer coisa em nome do amor. No segundo caso, imensa gratidão e o trabalho que exige toda a relação.




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