The China Study - Um Livro que Salva
Vidas.
Eu
queria muito indicar este livro para você, porque ele salva vidas, literalmente.
O nome do livro é “The China Study” de Campbell e Campbell.
Não
só porque a gente deve tê-lo em uma prateleira da cozinha, bem à nossa mão, mas
porque ele foi indicado pelo próprio Bert Hellinger, criador das constelações
familiares, por conta de um câncer que ele curou graças às descobertas do Dr.
T. Colin Campbell e os outros cientistas citados na obra.
Eu
fiquei impactada com a consistência e seriedade de mais de 50 anos de estudos,
detalhados no livro, e com as pesquisas científicas robustas sobre saúde, estilo
de vida e alimentação.
Não
sei se você sabe, sou da área das Ciências da Saúde – formação em Educação
Física, por conta da minha paixão pelo yoga, desde os 14 anos. E fiz pesquisas,
no meu doutorado em Ciências da Saúde, sobre yoga e saúde. Toda pessoa que
pratica yoga acaba mudando os hábitos alimentares. É um dos efeitos desta
prática.
Conto
isso para dizer que tenho uma certa habilidade em analisar se um estudo científico na área da saúde é bem embasado, ou se é mais um modismo que faz a gente comprar
coisas e enriquecer a indústria do “bem-estar” e “qualidade de vida” (duas
esferas essenciais de nossa vida).
Na
era da Informação, então, acessar conhecimentos bem fundamentados,
principalmente por pesquisas científicas robustas, é como encontrar uma agulha
do palheiro.
“The
China Study” de T.C. Campbell e Thomas Campbell, é a agulha reluzente do meio
de tanta desinformação sobre a relação saúde e alimentação.
Não
é mais um livro sobre “a mais nova dieta da moda que vai mudar sua vida”.
É um compendio fácil de ler, com 50 anos de descobertas sobre a prevenção de
doenças, promoção de saúde e a erradicação de doenças da vida moderna através da
alimentação.
Tudo
começou em 1980, quando o professor TC Campbell teve acesso a um Atlas Chinês -
e seu criador Junyao Li. Nele havia pesquisas minuciosas sobre cada condado
Chinês e seus estilos de vida, com entrevistas exaustivas, coleta de sangue e
urina.
O
atlas reunia um “laboratório único” para relacionar saúde com os modos de vida,
afinal, cada povoado rural tinha poucos habitantes, uma rotina
característica só daquele grupo de pessoas, com doenças bem específicas, ou falta
delas.
E,
como viviam em zona rural, com práticas tradicionais de mais de mil anos, sem
agrotóxico ou poluição e com uma rotina de atividade física, o estudo podia
focar, sem muitas variáveis, na ação da alimentação na saúde das pessoas.
Eles
descobriram, por exemplo, que numa destas regiões 10% dos homens morriam de
câncer de fígado, enquanto numa região próxima, com hábitos diferentes, ninguém
sofria do mesmo mal.
As
duas regiões, no entanto, compartilhavam DNAs “parecidos”, uma vez que todos
eram chineses. Então, como explicar as diferenças em relação à saúde?
Ao
reunir todos os dados, inclusive genéticos, os pesquisadores da China e da
Universidade de Cornell e Oxford, encabeçados por Campbell, descobriram que a
tão homenageada proteína animal, mesmo a mais naturalmente criada, era a
causadora dos males de todas as regiões.
Campbell,
que nasceu numa fazenda leiteira dos EUA, e debochava dos vegetarianos teve seu
“turn point”, uma virada de vida, para nunca mais ver o mundo com as lentes
desfocadas que insistem em dizer que uma boa alimentação é igual a comer muita proteína
animal ou excesso de qualquer proteína.
Esta
informação deixa todo mundo tonto, porque desde a década de 1960 as pesquisas e
comunicações científicas espalharam a ideia de que saúde é igual à proteína
animal e que todos os problemas de saúde dos países subdesenvolvidos são causados pela falta desta proteína.
Dr.
Campbell, inclusive, decidiu ser cientista para ajudar a levar a proteína
animal a vários destes países. E neste percurso encontrou novos dados que mudaram
sua vida e pesquisa para sempre.
Estas
descobertas o fizeram fazer uma revisão bibliográfica, com mais de 700
pesquisas, que corroboraram com os dados do Estudo da China.
E
ele mesmo descobriu o gatilho do câncer, ligando e desligando a progressão
desta doença, graças uma experiência que teve nas Filipinas. Crianças pobres e
ricas daquele país consumiam, sem saber, amendoim cheio de mofo, considerado o
segundo maior cancerígeno descoberto. Mas só as crianças ricas desenvolviam
câncer, enquanto as pobres não tinham a doença.
Nesta
época, o Dr. Campbell entrou em contato com uma pesquisa na Índia, que ele
mesmo replicou depois. Ao alimentar ratos, contaminados com cancerígenos, com
20 % de proteína animal, eles desenvolviam câncer. Ao substituí-las por 5% de
proteína vegetal, o câncer regredia e se curavam. Da mesma forma, as crianças ricas das Filipinas tinham acesso à proteína animal, as pobres não.
Sua
pesquisa, a princípio, focada na cura do câncer, se expandiu para todas as
doenças ocidentais modernas, como doenças cardíacas, autoimunes, diabetes tipo
1, problemas de estômago e muitas outras. E todas elas
eram fruto de anos de alimentação não integral, cheia de óleos e muita proteína
animal.
Por
tudo isso, Campbell é enfático em dizer que a melhor dieta para a vida longeva
e saudável é a baseada em plantas e integrais. Por isso não usa os termos
vegetarianos ou veganos, porque estas dietas não focam, necessariamente, no
integral e usam muita gordura.
Sua
generosidade, no entanto, é mais do que suas descobertas. Ele quis disponibilizar
estes conhecimentos num livro fácil de ler.
“The China Study” nos mostra as pesquisas
para que os véus que nos cegam comecem a cair. Assim, podemos pensar juntos um
horizonte de esperanças para a cura das doenças crônicas e fatais mais temidas
que enfrentamos atualmente.
Apesar
de ter ajudado muitas pessoas e de mais de 2 milhões de cópias vendidas, The
China Study não foi traduzido para o português. Tem a tradução em espanhol “El
Estudio de China (2013)”.
(Eu
comprei o livro digital e copiei cada página, colocando no google translate. Também
busquei vídeos no Youtube, acionando as legendas automáticas em português.)
E
tem um segundo livro “A dieta Campbell”, em português, que traz um resumo das
pesquisas e coloca em prática, na nossa cozinha, os 50 anos de pesquisa.
Mas
o “The China Study” é único.
Lembre-se,
o livro é para gente tirar os véus dos nossos olhos ao acessar descobertas que
podem nos fazer ser muito mais saudáveis. Mas é com um bom nutricionista que
podemos aplicar, com segurança, qualquer mudança alimentar.
Como
dizia o pai da medicina, Hipócrates: “que seu remédio seja seu alimento, que
seu alimento seja o seu remédio”
Namaskar
Manika