29 de set. de 2021

357) A Felicidade Tem Uma Necessidade: Crescer

 


A Felicidade também tem uma necessidade: de crescer

Mônica Clemente

 

Não adianta fugir, a felicidade não abrirá mão de você.

 

Ou como disse o Hellinger;

 

“A Felicidade corre atrás”

 

Já para Morin, a felicidade não é tão importante quanto viver a vida como a poesia que a possibilita.

 

Para  Sarkar, filósofo indiano, a Felicidade infinita é a nossa qualidade intrínseca (dharma). 

 

Em outras palavras: é profundamente humano quem ativamente acessa sua felicidade em atos, pensamentos e sentimentos até sua infinitude.

 

A meditação, em última análise, está a serviço disso.

 

Hellinger e Sarkar, como vimos, concordam que a felicidade é possível para todos, buscando-a ou deixando-a nos achar. 

 

Eles também dizem que o fato da felicidade ser possível não significa que é fácil de sustentá-la.

 

Ou seja, a Felicidade Maior, como diz Hellinger, exige uma grande coragem, porque nos desafia a  crescer com tudo que a implica.

 

Por exemplo: muitas vezes o amor de casal chega (Felicidade maior) e a gente o joga fora, porque ele exige algumas mudanças em nossos comportamentos. 

 

Ou porque achamos que não o merecemos. Ou porque temos medo de sofrer.

 

O mesmo com o sucesso: muitos de nós para no primeiro erro (ou nem começa algo), por conta das responsabilidades que chegam junto... 

 

Ou porque, de novo, achamos que não merecemos ou nunca conseguiremos nada. 

 

Para Sarkar, a Felicidade sendo a nossa natureza infinita perpassa e segue além, inclusive, das ações que levam à Felicidade Maior. 

 

E não tem nada a ver com merecimento, porque o universo é amigável, se merecemos ou não.

 

Hellinger intuiu da mesma maneira: que a felicidade “corre atrás”, como tudo que é intrinsicamente nosso. Mas deixamos de acessá-la graças ao conforto ilusório da “pequena” felicidade. Ela diz: 

 

“Não mereço!” Ou “Prefiro não me arriscar em busca de um novo amor, porque posso sofrer novamente.” 

 

Já a Felicidade Maior dirá: 

 

“Eu continuo a desenvolver a minha bem-aventurança, mesmo que eu encontre o amor ou a dor.  O sucesso ou o fracasso. Merecendo ou não.”

 

Como disse o Hellinger:

 

"A felicidade tem também uma necessidade. Tem a necessidade de crescer" 

 

Mônica Clemente (Manika)

 

#Hellinger #PRSarkar #EdgarMorin #Felicidade #Dharma

 

 

28 de set. de 2021

356) A Escolha que Precebe Boas Relações

 


A Escolha que Antecede as Boas Relações

Mônica Clemente

 

Se os enamorados passaram pela sua frente, talvez seja hora de fazer uma escolha.

 

A que antecede toda possibilidade de formar uma relação.

 

Sem esta decisão, o amor não nos considera um bom alvo das suas flechas.

 

A carta de Tarot “Os Enamorados”, originalmente do século XV, tem um homem entre 2 mulheres com um Cupido sobre eles (Role a imagem acima). 

 

Nossos ancestrais sabiam que para formar uma relação precisamos estar dispostos/as a sair da família original (a mulher que o homem olha, na imagem ao final do texto) para ir em busca de um/a parceiro/a. (A mulher que o Cupido aponta sua flecha).

 

Mas ao sairmos da família em busca da nova vida, a família não sai da gente. 

 

A dica dos enamorados, então, não é a do afastamento físico ou emocional da família original. 

 

É a de sabermos que quando escolhemos o desconhecido, seja ele qual for, inclusive para criar outro núcleo familiar, ele exigirá desapego e coragem para tentar algo completamente novo.

 

A natureza ajudará nesta escolha com os nossos hormônios. Mesmo assim, podemos não conseguir bancar o que vem pela frente, tentando impor no parceiro/a  o modus operante da nossa família:

 

“O certo é a gente limpar a casa desta maneira! Era assim que meu pai fazia!”

 

Na Constelação Familiar, Hellinger observou o mesmo:

 

O casamento acontece quando saímos da boa consciência para a má consciência. 

 

Quando saímos do que conhecemos e, portanto, nos sentimos pertencendo (boa consciência), para ir ao desconhecido, que nos faz sentir que não vamos mais pertencer, o que gera má consciência. 

 

Na verdade, continuamos a pertencer, mas temos medo de que a nossa ousadia nos aliene do grupo original. 

 

Às vezes, eles até nos expulsam mesmo, mas a alma familiar, de fato, não exclui ninguém.

 

Os enamorados, no entanto, nem chegaram tão longe. Não estão exigindo todo este compromisso de ninguém. 

 

Eles estão apenas falando da escolha que precede o próximo passo.

 

Aquele que nos alcança como se fôssemos, no universo inteiro, o único alvo de Eros. 

 

Mônica Clemente (Manika)


 

#OsEnamorados #boacinsciência #máconsciência #escolhas #Familienstellen #ConstelaçãoFamiliar 

#BertHellinger

 

355) A Quarta Função e os Amores Místicos

 

Foto: Christina Hope, 1989

A 4ª Função e os Amores Místicos

Mônica Clemente 

Com quantos nãos se faz um esquecimento?

Em “As Aventura de Pi”, de Yan Martel “inspirado” na obra “Max e os Felinos” do Moacir Scliar, um tigre e um menino dividem um bote, depois do naufrágio do navio que os levava para outro continente (outra maneira de ser?). 

Eles só conseguem equacionar a insólita convivência depois de perceber que um não podia sobreviver sem o outro num bote a deriva nas intemperanças do mar (o inconsciente?).  

Quase ao final da história, em terra firme, o felino segue mata adentro sem olhar para trás. Cada um pertencia a polaridades diferentes que, durante sua jornada, descobriram-se como partes inseparáveis de si mesmos.

Este encontro entre a nossa adaptação consciente ao mundo, ou a 1a Função Cognitiva, com a dimensão desconhecida ancorada no inconsciente (o tigre, a 4a função), e tudo o que está preso nela e negamos, nos mantém vivos e evoca o extraordinário.

Se não há formas criativas de acolher o encontro dos opostos, os dramas da vida vêm em auxílio dos eus excluídos. 

Como a noite de núpcias dos amantes místicos, quando, na meia idade, eles (em nós), se encontram na forma de paixões ou crises avassaladoras:

O que estava soterrado vem à tona, e o que era luz desce até as trevas.

Assim, os conteúdos negados no inconsciente familiar emergem em novas configurações do Si mesmo. 

Um desejo imenso e desconhecido por tudo o que foi negado nos devora, como uma viagem de barco em alto mar  na companhia de um tigre.

Assim, o bico de papagaio inofensivo nos paralisa para encararmos a crise no casamento.

Ou dos escombros de um negócio surge uma nova vida. Pode ser também uma paixão que quebra o nosso coração para o amor escapar dos nossos receios.

Enfim, nos vemos no meio de um oceano inóspito aos medicamentos controlados, encarando uma fera faminta, cheia de garras e dentes pontiagudos que reluzem nossas facetas adormecidas.  

Se o negarmos seremos devorados pelos próprios fiascos. Porque estas avalanches eram pretextos para nos tirar de uma vida insustentável ao maravilhamento.

Antes disso, qual amor era possível? 

Mônica Clemente (Manika)

 

#Jung AmoresMísticos #Metanoia #Crises

 

 

23 de set. de 2021

354) Paradoxos Hellinguerianos

 


Paradoxos Hellingerianos

Mônica Clemente

 

Hellinger não tem paradoxos (contradições), porém eles existem e com o Hellinger entram em uníssono sem desaparecerem. Como o Yin que vira Yang e vice-versa.

 

Por exemplo: 

 

Recebemos muito nas Constelações Familiares, embora o essencial seja simples. 

 

Andamos léguas, com apenas o próximo passo. 

 

Seguimos em frente com a força dos ancestrais. 

 

Somos o amor de nossos pais levado às últimas consequências, que se transforma no primeiro movimento de nossa vida: tomar este amor. 

 

O amor que mais tarde queremos na vida de casal começa ao receber a vida que veio dos pais. 

 

Portanto, só tem para dar quem aprendeu a receber. 

 

Quem cobra não transborda. 

 

As ordens do amor atuam como a gravidade, acreditando nelas ou não, mas isso só se aprende em suas desordens, que geram dores, que levam a busca de ajuda. 

 

Morrer faz parte do viver, ainda assim só crescemos se servimos à vida. 

 

A finitude é um portal para mais compreensões. 

 

E Hellinger disse: “mit ende beginnt”: “com o fim começa.”

 

Quem se relaciona abre mão da liberdade para ter a completude, afinal se conecta e se afeta e com isso é preenchido:

 

“(…)é preciso coragem para a felicidade maior. A grande conquista é segurar o fácil e claro e olhar adiante, deixando para trás todo o anterior. Toda tentativa de voltar atrás é uma fuga do peso da felicidade. Pois sim, que a felicidade é fácil! Aliás, precisa de uma grande coragem porque, no final, essa felicidade maior só pode ser conservada como um presente não merecido, para o qual não se pode e nem se deve pagar nada. Isso é humildade” (Hellinger 2007: 100).

 

O caminho para os pais é feito por nós, mas foi dado por eles. 

 

Com o Hellinger vivenciamos  o paradoxo num universo dobrado sobre si mesmo, como um rocambole esférico. Espiralado. 

 

Não importa para onde vamos, nem se faz sentido, sempre nos reencontramos onde parecia repartido. 

 

Constelação Familiar é a arte de unir o que foi separado, ou ainda melhor: deixar aquilo que une nos levar mais (r)adiante. 

 

Mônica Clemente (Manika)


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Observação :


Algumas pessoas me perguntam de quem é autoria dos textos deste blog.


Todos os textos publicados aqui são da minha autoria. Quando há citação, eu coloco entre aspas, e às vezes coloco a fonte bibliográficas. Quando falo com minhas palavras um pensamento que não é meu, eu digo "segundo fulano de tal".


Os textos que não são meus, eu coloco a autoria logo no início, com link do texto original.



#Unir

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#AGrandeFelicidade

 

20 de set. de 2021

353) Centenário de Paulo Freire

 


Centenário de Paulo Freire 

Há cem anos, em 19/09/1921 nascia Paulo Freire em Recife. Agora em 2021 comemoramos o Centenário deste grande educador e pensador. Ler ele é como pegar nas mãos a chave da cadeia que nos trancava. Há uma vida antes e depois de acessar os saberes deste professor.

Como, por exemplo, o respeito pelos saberes todos.

Quem busca amor, precisa do Freire. Quem busca autoconhecimento precisa dele. Quem busca liberdade também. E, principalmente, quem quer ser educado. Porque, em última análise, educação é se libertar de tudo o que nos aprisiona.

Ele é o gigante de muitos gigantes! Aquele, no ombro de quem vemos além.

Obrigada, professor!

583) Quem Nunca Matou um Dragão Por Dia?

  Quem Nunca Matou um Dragão por Dia? Mônica Clemente (Manika)   @manika_constelandocomafonte Por que tanta devoção a um Santo rebaixado...