30 de mai. de 2022

452) Paixões Inconscientes e seus Desdobramentos em 3 Filmes

  




Paixões Inconscientes e seus Desdobramentos em 3 Filmes

Cinema e Constelação Familiar

Mônica Clemente (Manika)

 

        Às vezes, lá no Inconsciente, somos dominados por paixões, como raiva, vinganças e auto-importância, a ponto de tropeçarmos em nós mesmos por conta delas. 

       Ter estas reações emocionais é normal, até porque indicam que algo está errado, dentro ou fora da gente, mas ser guiadas por elas, é muito complicado. 

        A questão é se a gente vai fazer a nossa vida ser levada pela raiva que temos de ter vivido um infortúnio, ou se vamos viver a nossa vida apesar disso, fazendo até algo de bom por conta do que aconteceu. 

        E essas vinganças, motivadas pela incapacidade de lidar com as nossas paixões, é tão subterrânea que só as obras de arte e os mitos conseguem falar delas claramente, como um aviso: cuidado com este caminho 

        Destaco 3 obras que falam das consequências de quem se deixou levar pela vingança:


              “ O outro lado da meia noite” - livro de Sidney Sheldon, é uma típica tragédia grega com Nêmesis (o tema do filme), Narciso e Eco e Hera refletidos nas personagens Noelle Page, Larry Douglas, Catherine Alexander e Constantin Demiris, respectivamente.

                O filme “O Segredo dos seus Olhos”, baseado no romance “La Pregunta de sus Ojos”, escrito por Eduardo Sacheri, também fala das consequências de fundarmos nossa vida na vingança, a ponto de nos cegar.

                E o filme “Relatos Selvagens” de Damián Szifron, no qual os personagens perdem o controle sendo “punidos” por eles mesmos durante seus atos.

        Eu não sei se isso serve para todo mundo, mas fazer a nossa vida ser uma resposta a quem nos feriu, como por exemplo, não conseguir ir em direção do próprio sucesso para mostrar como os pais erraram na criação, é menos produtivo do que criar as bases para ser mais feliz.

       Estas obras, portanto, nos fazem refletir se a nossa vida tem sido guiada por paixões inconscientes, ao nos mostrarem as suas consequências.

 

Mônica Clemente (Manika) 

@manika_constelandocomafonte

#cinemaeconstelacaofamiliar #relatosselvagens #osegredodosseusolhos #ooutroladodameianoite #sidneysheldon #eduardosacheri #damianszifron #paixões #vingança #Mitologia


25 de mai. de 2022

451) A Morte Segundo a Anatomia Sutil do Yoga

 

A Morte Segundo a Anatomia Sutil do Yoga

Mônica Clemente (Manika) 

O corpo, para o yoga, é uma das manifestações da existência que se conecta com as camadas da mente por meio de centros de energia e dos nadis. 

Os nadis são canais por onde passam os pranas, como os meridianos e o qi na medicina chinesa. 

Os pranas (pranah) são responsáveis, entre outras coisas, por manter o corpo e as camadas da mente “funcionando” coerentemente. 

Um desequilíbrio num órgão afeta um prana e pode afetar a mente e outros pranas. 

E um desequilíbrio em uma camada da mente também vai precisar de prana para sua restruturação, podendo ou não afetar o corpo e outras camadas da mente.  

Seguindo esta compreensão, a morte acontece quando todos os pranas se rompem, seja por disfunções físicas ou mentais: 

1. A falência dos órgãos enfraquece os pranas que ficam incapazes de manter as camadas da mente acopladas ao corpo. 

2. Ou, se perde o sentido de existência, nutrido essencialmente pelos rituais sociais ou pelos laços afetivos, fazendo os pranas se retirarem da existência física.  

Por exemplo, a quebra de um tabu numa sociedade primitiva, se não fosse punida pela tribo, fazia a pessoa adoecer ou morrer, porque dentro de si mesma ela sentiu que falhou no significado global de sua vida ao ignorar um tabu tribal.  

Um bebê na incubadora ou um paciente na UTI têm mais chances de sobreviver se seus amores estiverem por perto, garantindo seu sentido de existência. 

Portanto, como diz Von Franz, a palavra “instinto”, não trata de uma espécie de impulso físico simples, mas como “um complicado sistema de organização de casamentos, de jogos organizados, e assim por diante.” 

Dessa maneira, percebe-se que a espiritualidade associada à atividade instintiva no yoga está em completa harmonia, graças ao manejo dos pranas e vice-versa. 

No entanto, muitas vezes em algumas religiões e culturas e no uso inadequado do materialismo científico, esse funcionamento harmonioso do significado e do padrão de ordem com o impulso físico instintivo, é rompido, tornando seus ensinamentos hostis à existência.  

Por isso, morte e vida andam juntas, numa eterna dança de pranas.  

Mônica Clemente (Manika) 

#prsarkar #yoga #prana #vonfranz #religioes #pics #corpomente #morte

 

18 de mai. de 2022

450) Os Estragos do Ego na Literatura e nas Relações

 


Os Estragos do Ego na Literatura e nas Relações

Mônica Clemente (Manika)

 

O ego tem a sua importância, desde que saiba do seu tamanho no grande drama humano: pequenininho. No entanto ele tem sido educado a se pensar maior até que o amor. 

 

Não existe literatura, nem cinema, sem conflitos. São eles que possibilitam o arco dramático dos personagens (a jornada de transformação) e prendem a atenção do leitor.

 

Não existiria “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, sem a forte atração entre o Mr. Darcy e a Lizzie lutando contra seus preconceitos e o orgulho de admitirem o que sentem.

 

Os mesmos inimigos ocultos (orgulho e preconceito) que um ser humano costuma enfrentar antes de querer ser feliz.

 

O que diferencia uma boa obra literária ou cinematográfica da outra é o manejo das fraquezas e grandezas humanas para a construção dos conflitos.

 

Na série Gossip Girl, por exemplo, o ego das personagens é tão fraco que as palavras que mais se escuta são “humilhação” e “desculpas”.

 

Qualquer espirro de um personagem faz outros se sentirem humilhados e dispostos à alguma maldade em retribuição, para depois pedirem desculpas com suas bolsas caríssimas, numa cena com comidas que não se adequam ao “shape” das atrizes e atores.

 

Na vida real, este mesmo ego frágil, disfarçado de símbolos de poder de mercado, é o mesmo que estraga as relações e fazem a gente se endividar com o que não precisamos, para agradar quem não gostamos para mostrar algo que não somos. 

 

E não tem roteirista capaz de consertar o estrago feito por um ego presunçoso tentando encobrir suas inseguranças.

 

Nenhuma relação na vida real se sustenta quando uma pessoa não aceita outra, porque não consegue ultrapassar seus próprios receios. 

 

Quando é mais fácil criticar, cobrar ou chantagear um parceiro sociável do que enfrentar a timidez.

 

Por isso que Outlander, de Diana Gabaldon, é diferente de tudo o que já foi escrito sobre relacionamentos.

 

O conflito de James e Claire Fraser são as vicissitudes da vida, que acabam por fortalecer os seus laços de amor. E  não a luta de egos entre os amantes.

 

E é por isso que Anna Karenina, de Tolstói, é um dos maiores clássicos da literatura. 

 

Ali, o ego das personagens não está despido da complexidade humana dentro do contexto social, mantendo-o no tamanho certo, pequenininho diante de tudo o que se pode viver.

 

Mônica Clemente (Manika)

 

#insegurança #gossipgirl #outlander #janeausten #annakarenina #ego

 

16 de mai. de 2022

449) Os Ensinamentos de Vaisakha Purnima

Lua Cheia da Bem-Aventurança

 Mônica Clemente (Manika)

 

Você pode conversar diretamente com a Lua como um aprendiz. Ela vai ensinar alguma coisa sobre você que só ela poder ver. 

 

Hoje é Vaisakha Purnima, o dia em que a Lua se apresenta como professora.

 

Os Alquimistas, há milênios, já conversavam com ela e outros planetas, plantas e metais em busca de seus ensinamentos.

 

Aliás, eles conversavam com tudo, como aprendiz, porque queriam se relacionar com todas as formas da existência descobrindo as mais auspiciosas combinações e evitando as mais perigosas delas.

 

Por isso, descobriram a essência do casamento: aquilo que se mistura, não como simbiose, mas como uma nova entidade a partir de substâncias diferentes.

 

O auspicioso, aqui, não se refere ao que o casal vive de bom num casamento, mas à possibilidade de se colocar à disposição de se unir para se tornar outra “coisa” juntos.

 

Este tema, do Mysterium Conjunctionis, é amplamente tratado por Jung e, recentemente, na obra Outlander de Diana Gabaldon.

 

Os Yoguis, na Índia, também aprendiam com os gatos se espreguiçando, ou na forma de uma deusa Shashthi-Dev. 

 

Os Povos Indígenas também reconhecem a maestria de todos os seres. 

 

A Jurema é uma de suas árvores professoras. As montanhas são uma de suas mestras do silêncio, que dizem na paisagem: um segredo atua como um monumento. 

 

Eles, como os alquimistas, não aprendiam SOBRE a Lua, por exemplo. Aprendiam COM a Lua em seus próprios corpos.

 

Por isso, eles aprenderam que hoje é dia de jejuar, já que o “empuxo” de um eclipse lunar ajuda a purificar o corpo. Ou a “envenená-lo” com suas próprias marés internas, se comermos demais.

 

Embora esta forma respeitosa de se relacionar com a existência não esteja muito na moda nos últimos 1000 anos, os mestres não deixam de ensinar quem chegar até eles. 

 

Hoje, a Lua Cheia de Sangue me falou sobre fertilidade, saúde, casamento e alimentos. E talvez esteja pronta para contar para você outros segredos.

 

Mônica Clemente (Manika) 

#vesakmoon #vaisakhamoon #luacheia #luacheiadesangue #eclipselunar #luadesangue #alquimia #árvoresprofessoras #yoga 

6 de mai. de 2022

448) A Pergunta Fatal

 

A Pergunta Fatal

Mônica Clemente (Manika)

 

Existe uma pergunta, aparentemente banal, que pode detonar um relacionamento.

 

Ela é: “Você já teve um caso com o fulano/a?”

 

 

Esta pergunta e seus derivados, como ficar contando sobre relacionamentos de amor passados para um novo parceiro, têm grandes chances de ruir uma relação, principalmente se ela estiver no começo.

 

Isso porque a menção dos antigos laços de amor suscita fantasias primitivas de insegurança e ciúmes e acaba atuando como um veneno lento.

 

Ao invés de criar intimidade, cria abismos.

 

Ao invés de apimentar o próprio tédio, é um gatilho.

 

Porque um dos temperos das relações de amor é encontrar novas versões de si mesmo no encontro com o parceiro. E não ficar com as versões dos encontros anteriores.

 

Já imaginou o casal da foto trazendo alguém para dentro do seu momento? Então, uma pessoa está com o seu namorado enquanto um antigo amor acena para ela. 

 

Ao invés do novo parceiro perguntar, “você já namorou aquele cara”, ele diz:

 

“Que bom que você está comigo. Vou aproveitar o máximo possível.”

Era assim, inclusive, que o Hellinger falava sobre como desmontar os ciúmes imaginários dentro de uma relação.

 

Mônica Clemente (Manika)

 

#Ciúme #trianguloamoroso #triangulodramatico #RelaçãoDeAmor #relacãodecasal #perguntafatal 

 

3 de mai. de 2022

447) A Sombra Assombra

 



A Sombra Assombra

Mônica Clemente (Manika)

 

Para uma onda, o mar é sua sombra,

até descobrir que a sua força vem dele.

Para o consciente, o inconsciente é sua sombra,

Até ele descobrir ...

 

 

Jung dizia que a sombra é “simplesmente todo o inconsciente” e

Marie-Louise Von Franz complementava dizendo que “a sombra é tudo aquilo que faz parte de uma pessoa mas que ela desconhece.”  

 

Por exemplo, se temos pais com atitudes muito diferentes incorporamos as duas atitudes, sendo que uma ficará na sombra. 

 

Da mesma forma, se temos a função sentimento (não é emoção, é a capacidade de criar valores e ser autêntico ou criar harmonia) como principal função na consciência, a sombra será o pensamento. 

 

É aquele tipo de pessoa que segue o coração. Literalmente. Ela lê o mundo e toma decisões com um aperto ou abertura do peito e da garganta. 

 

Porém, quando está muito cansada, sua sombra (o pensamento) pode emergir sendo muito crítica. Não porque o pensamento atua assim, mas como sombra, sim.

 

Se a pessoa tem o pensamento como 1a função ela lê o mundo e toma decisões pelo que funciona (ou não) ou pelo que tem lógica (ou não).

 

Quando o sentimento, sua sombra, aparece, perde o controle emocional ou fica com medo das pessoas. Não porque os sentimentos agem assim, mas como sombra, sim.

 

Se a pessoa é mais intuição, ela lê o mundo com um faro invisível ou capta a essência das coisas por revelação. 

 

Quando a sua sombra - sensação - a assombra num dia muito estressante, desanda a comer compulsivamente ou cai em depressão pensando no passado.

 

A pessoa mais sensação, se relaciona com o mundo pelas memórias de tudo o que viveu ou com presença e prontidão.

 

A sua sombra é a #intuição, que se manifesta com ideias estranhas sem pé nem cabeça, derrubando sua praticidade. 

 

Já no nível coletivo a sombra aparece como uma situação na qual um povo, superdesenvolvido em alguns aspectos, não consegue atuar em outros. 

 

Role as imagens acima para alguns exemplos da sombra coletiva.

 

Se um país tem o pensamento bem desenvolvido sendo estratégico e realizador, sofrem de arrogância, que é o sentimento  na sombra e começam a querer dominar o mundo. 

 

Em outro país a espiritualidade é sofisticadíssimas, já que sua intuição é elevada. Sua sombra aparecerá na (des) organização do mundo material. 

 

Num país no qual, culturalmente, o sentimento é muito desenvolvido, os forasteiros se sentem em casa, mas ataca os próprios conterrâneos por julgamentos errados num simples enunciado de facebook. 

 

Num país mais sensação, focado na relação saudável com a natureza ou com um materialismo científico muito pronunciado, a sombra se manifesta com animosidades violentas contra tudo que escapa seus olhos, “mandando queimar as bruxas”. 

 

Pessoalmente, reconhecer a sombra numa terapia é relativamente fácil! 

 

O difícil é integrá-la, porque muda todos os valores do sistema familiar que não está nem um pouco a fim de incluir o que excluiu há gerações. 

 

Então a sombra, o lado B, é sempre pessoal e coletivo e para integra-la vamos pela beirada, nos contos de fada, nos rituais, expressões artísticas e principalmente com as mensagens dos sonhos.

 

Mônica Clemente (Manika)


 

583) Quem Nunca Matou um Dragão Por Dia?

  Quem Nunca Matou um Dragão por Dia? Mônica Clemente (Manika)   @manika_constelandocomafonte Por que tanta devoção a um Santo rebaixado...