9 de ago. de 2020

165) Máscaras X Intimidade

 

A tempestade ofereceu um desafio para BatGirl: fazer seus cabelos ficarem revoltos.

 

Com a máscara isso seria impossível, mas desvendar o seu rosto era um risco. Ela, então, abriu a capa, que rodopiava na ventania. E abriu os braços e até um sorriso. 

 

Quando o tufão foi embora, sua vida voltou ao normal com seu eu verdadeiro protegido. O redemoinho, no entanto, ficou em sua mente.

 

“Por que os heróis precisam ficar anônimos? Por segurança, para evitar o ego ou é pelo suspense?”

 

Não era só isso... era para criar uma distância segura contra a dor, como aquelas crianças que só recebem um nome depois de sobreviverem à infância. Como animais criados para o abate. Como qualquer ente que evitamos um vínculo. Como cobrir alguém com um manto invisível retirando dele sua humanidade.

 

Disseram para ela que o antídoto para o seu medo era um bom vinho. E era verdade, se o ritual fosse em boa companhia.

 

Há, porém, um outro antídoto que mora junto do segredo, mas ao contrário dele, nos revela. Ele é o misterioso dom da intimidade, que por ser feito de mistério só pode ser visto naquele com quem se vive um momento. 

 

Quem entra em sintonia com o Insondável vê rostos, identidade e valor em toda a existência. Já não é mais um perigo para os outros nem para si mesma. Não há necessidade de heróis e seu amor não é líquido, mas pertencimento.

 

BatGirl agora enxerga todas máscaras, dançando com elas no teatro da vida. Graças ao raro efeito do vento, ela aprendeu que uma persona é uma possibilidade viável de relacionamento com o ser interior.

 

Quando se trata de outra pessoa, no entanto, ela não se distancia mais com os disfarces das estrelas, este oráculo que inveja a capacidade humana de amar. Ela olha nos olhos do outro e viram o acontecimento.

 

#intimidade #persona #máscaras #espiritualidade #yoga #relacionamentos

 

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