Vamos criar uma metáfora essencial: digamos que nascemos só com
uma roupa, além do corpo. Se alguém rasgar a sua roupa, você seguirá na vida
com ela rasgada?
Pai e Mãe, embora haja substitutos maravilhosos, só há um de
cada. E estão em uníssono na gente. Ainda que rasguem a relação conosco,
nos deixando rodando em círculos, não há nada que diminua a extensão das suas
linhas em nossa existência.
Talvez por isso minha bisavó dizia para vestirmos um robe quando
saíamos da cama num dia frio. A nova roupa manteria o calor do corpo sonolento.
Mestres e caminhos espirituais, grupos de amigos, de esporte, trabalho e namoros, às vezes, servem como aqueles roupões, nos aquecendo quando a roupa original – nossa relação com nossos pais, estiver rasgada. Um tipo de andaime que nos sustentam enquanto remendamos algum ferimento. Mesmo assim repetiremos padrões antigos das relações rasgadas. Por isso que as
Então buscamos terapias breves, depois um processo terapêutico
mais longo e enfim achamos o nosso terapeuta. Ele/a nos apoiará na tessitura de
uma “nova” roupa com a que nos foi dada. Também nos ensinará a não esgarçar as
relações, já que são também teares do que vestimos. Em outras palavras:
não remendamos nossa roupagem com #terapia, mas na relação com o terapeuta,
com...
... os pais, o namorado/a, amigos, trabalho, mestre espiritual e
grupos de interesses comuns, só que agora cada um em sua tecelagem apoiando um
ao outro.
Todos com suas roupas únicas e o ferimento incurável, o vão de
encaixe na tapeçaria da vida. Ou a grande descoberta da importância da dependência
positiva na vida adulta.
A dependência positiva compreendeu a necessidade de vivermos
juntos, um apoiando o outro como roupões protetores desde a experiência da
roupa original.
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