16 de ago. de 2020

168) Dependência Positiva

 

Vamos criar uma metáfora essencial: digamos que nascemos só com uma roupa, além do corpo. Se alguém rasgar a sua roupa, você seguirá na vida com ela rasgada?

 

Pai e Mãe, embora haja substitutos maravilhosos, só há um de cada. E estão em uníssono na gente.  Ainda que rasguem a relação conosco, nos deixando rodando em círculos, não há nada que diminua a extensão das suas linhas em nossa existência.

 

Talvez por isso minha bisavó dizia para vestirmos um robe quando saíamos da cama num dia frio. A nova roupa manteria o calor do corpo sonolento.

 

Mestres e caminhos espirituais, grupos de amigos, de esporte, trabalho e namoros, às vezes, servem como aqueles roupões, nos aquecendo quando a roupa original – nossa relação com nossos pais, estiver rasgada. Um tipo de andaime que nos sustentam enquanto remendamos algum ferimento. Mesmo assim repetiremos padrões antigos das relações rasgadas. Por isso que as


decepções e as armaduras reaparecem aqui, quando descobrimos em todos os afetos a possibilidade de riscos. 

 

Então buscamos terapias breves, depois um processo terapêutico mais longo e enfim achamos o nosso terapeuta. Ele/a nos apoiará na tessitura de uma “nova” roupa com a que nos foi dada. Também nos ensinará a não esgarçar as relações, já que são também teares do que vestimos. Em outras palavras: não remendamos nossa roupagem com #terapia, mas na relação com o terapeuta, com...

 

... os pais, o namorado/a, amigos, trabalho, mestre espiritual e grupos de interesses comuns, só que agora cada um em sua tecelagem apoiando um ao outro. 

 

Todos com suas roupas únicas e o ferimento incurável, o vão de encaixe na tapeçaria da vida. Ou a grande descoberta da importância da dependência positiva na vida adulta.  

 

A dependência positiva compreendeu a necessidade de vivermos juntos, um apoiando o outro como roupões protetores desde a experiência da roupa original.

 

 

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