18 de ago. de 2020

170) A Contaminação na Comunicação

 

A Contaminação acontece quando um pensamento de rejeição, desprezo por si mesmo, ou outras crenças depreciativas invadem nosso diálogo com outras pessoas, distorcendo a realidade. Vemos bruxos onde tem um chapéu pendurado.

Por exemplo, ao invés de dizer: “Posso te ligar?”, dizemos “Se não atrapalhar, você tem  um minuto para eu te ligar?”

Qual é a contaminação aqui?  “Eu sempre atrapalho.”

Ao invés de dizer “Eu recebo sua ex-esposa com você no Natal”, dizemos: “Eu sei que não me convidou, mas se você quiser meu apoio...”

A contaminação aqui é “eu nunca sou bem-vinda.”

Na posição adulta, ou quando estamos no ego adulto, conseguimos dizer ou pedir o que queremos, sem contaminação. Quem não pode nos ligar, dirá que não dá para ligar. Quem não nos quer no natal, agradecerá o apoio e dirá que não nos convidou para o natal. O apoio foi dado, e era isso.

A Contaminação aparece também nas interpretações das respostas dos outros. A pessoa diz não e pensamos que “somos horríveis”. Ou dizemos “eu te amo” e o outro sorri. Aí ligamos para amigos e perguntamos: o que ele quis dizer com o sorriso, que sou uma imbecil?

Se comunicar, dar amor, apoio e carinho não é máquina de cafezinho. Coloque uma moeda e receba o que comprou.

Há ainda outra contaminação, quando buscamos o terapeuta (sem ele saber) da nossa namorada/o, esposa/o ou pretendente, pensando que cataremos informações privilegiadas sobre o nosso objeto de amor. Aqui surgem 3 contaminações:

1.    O terapeuta vai sacar a manobra e não poderá atender a pessoa, que entenderá isso como um julgamento, mas não é. O Nome disso é ética profissional, por conta das outras contaminações:

 

2.    Tudo que o terapeuta disser será compreendido como uma indireta sobre o objeto do amor. E não é. O sigilo profissional não permite isso. Mas como o cliente tinha uma intenção velada projetará no terapeuta seu mecanismo.

  

3.    O cliente força, inconscientemente, um triângulo amoroso com terapeuta, que não cairá na armadilha e encerrará a terapia, sem dar explicação. Imediatamente o cliente cairá no “Inferno” do abandono, repetindo o trauma que busca curar. O terapeuta só ajuda se não negocia nestes termos, com mentiras ou manipulações, como possivelmente os pais do cliente fizeram. Não tem como explicar, porque quebraria o sigilo profissional. E porque entender algo não é garantia de mudança. Aqui só funciona o fio afiado do limite.

Como sair da contaminação? Terapia com um terapeuta que não tem medo da verdade e que não seja do seu parceiro/a.

 

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