A Contaminação acontece quando um pensamento de rejeição,
desprezo por si mesmo, ou outras crenças depreciativas invadem nosso diálogo
com outras pessoas, distorcendo a realidade. Vemos bruxos onde tem um chapéu
pendurado.
Por exemplo, ao invés de dizer: “Posso te ligar?”, dizemos “Se
não atrapalhar, você tem um minuto para
eu te ligar?”
Qual é a contaminação aqui? “Eu sempre atrapalho.”
Ao invés de dizer “Eu recebo sua ex-esposa com você no Natal”,
dizemos: “Eu sei que não me convidou, mas se você quiser meu apoio...”
A contaminação aqui é “eu nunca sou bem-vinda.”
Na posição adulta, ou quando estamos no ego adulto, conseguimos dizer ou pedir o que queremos, sem contaminação. Quem não pode nos ligar,
dirá que não dá para ligar. Quem não nos quer no natal, agradecerá o apoio e
dirá que não nos convidou para o natal. O apoio foi dado, e era isso.
A Contaminação aparece também nas interpretações das
respostas dos outros. A pessoa diz não e pensamos que “somos horríveis”. Ou dizemos
“eu te amo” e o outro sorri. Aí ligamos para amigos e perguntamos: o que ele
quis dizer com o sorriso, que sou uma imbecil?
Se comunicar, dar amor, apoio e carinho não é máquina de cafezinho.
Coloque uma moeda e receba o que comprou.
Há ainda outra contaminação, quando buscamos o terapeuta (sem
ele saber) da nossa namorada/o, esposa/o ou pretendente, pensando que cataremos
informações privilegiadas sobre o nosso objeto de amor. Aqui surgem 3
contaminações:
1. O terapeuta vai sacar a manobra e não
poderá atender a pessoa, que entenderá isso como um julgamento, mas não é. O Nome
disso é ética profissional, por conta das outras contaminações:
2. Tudo que o terapeuta disser será
compreendido como uma indireta sobre o objeto do amor. E não é. O sigilo
profissional não permite isso. Mas como o cliente tinha uma intenção velada projetará
no terapeuta seu mecanismo.
3. O cliente força, inconscientemente,
um triângulo amoroso com terapeuta, que não cairá na armadilha e encerrará a
terapia, sem dar explicação. Imediatamente o cliente cairá no “Inferno” do
abandono, repetindo o trauma que busca curar. O terapeuta só ajuda se não
negocia nestes termos, com mentiras ou manipulações, como possivelmente os pais
do cliente fizeram. Não tem como explicar, porque quebraria o sigilo
profissional. E porque entender algo não é garantia de mudança. Aqui só
funciona o fio afiado do limite.
Como sair da contaminação? Terapia com um terapeuta que não
tem medo da verdade e que não seja do seu parceiro/a.
Nenhum comentário:
Postar um comentário