Saúde Persecutória é um termo
cunhado por Luis David Castiel e Carlos Dardet, pesquisadores da Fiocruz e
autores do livro (maravilhoso) de mesmo nome.
É quando a gente coloca no paciente
a culpa das suas doenças, ou a responsabilidade total por sua saúde descartando
a dimensão pública (de Estado) e coletiva que convergem em qualquer indivíduo.
E o fato de que as evidências
científicas ainda não conseguem dar conta de muita coisa, principalmente
acompanhar o tempo “lento” da natureza.
Tanto as explicações da galera
alternativa (da qual faço parte), como das evidências científicas, que também
faço parte, podem ser persecutórias.
Explico melhor: há concepções
alternativas de saúde que inverteram a máxima cristã de que o “pecado está no
corpo”. Agora a “sujeira” está na alma ou na mente e é de lá que surge toda
doença.
Então falamos: “teve tal doença
porque sente raiva e mágoa. Se conseguisse se perdoar... e blábláblá””
Você imagina o terror psicológico
que é fazer alguém acreditar que foi a mente “suja” dele que o levou a tal
doença?!
O Bert Hellinger inclusive observou
que esta rejeição e culpabilização, tanto do corpo como da mente, está
conectada com uma exclusão.
Por isso, em algumas Constelações
Familiares, os sintomas olham para pessoas que foram banidas e passam a ser o
caminho de amor, esquecido, até elas.
Já as evidências científicas, que
descobrem os vírus e como combatê-los, muitas vezes esquecem as condições
ambientais, sociais e econômicas que os possibilitam.
Ou falam dos diversos riscos à
saúde sem levar em consideração a multidimensão humana. Ou estão a serviço do
mercado e não mais da vida.
Quando, então, qualquer concepção
de saúde e doença se desvia e começa a perseguir (ser persecutória), a pessoa
que fica doente sofre uma Inquisição.
É verdade que temos que desenvolver
a capacidade de responder aos desafios da vida (ter responsabilidades).
Mas não é justo culpar nossos pais
ou filhos, ou perseguir amigos ou vizinhos porque não comem direito, ou fumaram
a vida inteira ou...
Cada vez mais e entendo que cuidar
(se) exige mais conhecimento e menos certezas
#saúde #doença #OrátocasAlternativasDeSaúde #Ciência #PromoçãoDaSaúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário