6 de jul. de 2020

157) Como funciona o Triângulo Dramático - Parte 1


Como somos enredados no Triângulo Dramático?
Mônica Clemente (Manika)



Já se sentiu muito mal depois de responder rispidamente a uma pergunta simples de um dos seus pais, filhos ou cônjuge? E passou o dia ruminando sobre a razão da sua explosão sem encontrar uma explicação?

Se não é hipoglicemia, que deve ser tratada, pode ser que você caiu em um dos vértices do Triângulo Dramático (Salvador, Vítima e Perseguidor). Cada um deles nos enreda num jogo psicológico doentio.

Vamos analisar três situações:

1-    A mãe pergunta: “Que trajeto você vai fazer, meu filho?”. O filho retruca: “fala logo o que você quer que eu compre no caminho. Não fica me controlando!” A mãe: “eu larguei tudo para cuidar de vocês e o que recebo?!”

2-    A mãe chega do trabalho e a casa está decorada com louças sujas, produzidas pelo filho marmanjo maratonando na TV. Ela o xinga de vagabundo para baixo. Na madrugada, chora sozinha.

3-    A filha fala: “Vai comer carne?! Com o colesterol alto e coração fraco que você tem?! ” E o pai, diante da boa comida feita pela esposa diz: “Você enche o saco igual a sua mãe! ” E a filha defende: “Machista! A gente quer te cuidar! ”

Viram como a "Vítima, o Perseguidor e o Salvador" são papéis que todos nós podemos jogar? Não só em uma posição, mas ao mesmo tempo, se alternando dentro da gente, como iscas jogadas para alimentar nossas fraquezas.

No 1º caso, o filho explode porque julga (Perseguidor) a mãe, já pressentindo que ela vai jogar, como sempre, a vítima. Ao se sentir culpado, escolhe nunca sair de casa para cuidar da mãe como um salvador, compensando sua ingratidão forjada no triângulo dramático, o que faz eles sentirem raiva e... Se ele é casado, possivelmente vai convidar sua esposa e filhos a jogar o mesmo jogo.

No caso 2, o filho quer uma carícia da mãe ausente, chefe de família, jogando uma isca persecutória. Ela, para voltar a ter controle sobre sua vida caótica, xinga violentamente (Perseguidora) o filho, que agora é a vítima. Logo em seguida acredita que falhou como mãe, emprestando todo o seu dinheiro para ela não ter que trabalhar tanto (salvador). O filho tem a atenção que queria, mesmo que seja negativa, perseguindo-a e virando a sua vítima.

O Salvador, caso 3, ofereceu uma ajuda não pedida ou que não sabe dar. Se a pessoa prefere o papel de vítima, aceita a ajuda para depois mostrar que não funcionou e até piorou. Se a sua fraqueza for se tonar um Perseguidor dará um fora como o pai deu, com a filha virando salvadora da mãe, cuja comida criticou (Perseguidora) e vítima do pai, ao colocar o pai contra ela e a mãe na armadilha que criou.

O Triângulo Dramático é um diagrama, elegantemente criado por Joseph Karpman, analista Transacional, para mostrar este rodizio de ações e reações que nos prendem, viciosamente, dentro de um jogo psicológico (Berne: 2007:159). 

Homofobia, racismo, ataques contra a mulher, criança, velho e pessoas em geral são crimes, geram vítimas reais, portanto não são triângulo dramático.

Como sair deste triângulo vicioso?


Se quiser saber mais sobre esta temática, eu fiz duas gravações para o site do Movimento Sistêmico - Rádio Sistêmica. Sobre o que escrevi acima, só clicar aqui.





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