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Tomar decisões, às vezes, parece um suplício, mas os sentimentos não
têm problemas para decidir. Ele usa o gostar e o não gostar como sim e não. Se
gosta é sim, se não gosta é não. Gostar e não gostar não têm a
ver com um capricho, uma crítica, um julgamento e muito menos com
o carácter daquilo ou da daquele/a que se gosta ou não. É como um soco do
sentimento alertando se ali tem ou não coração para você. Não dá para
se justificar, não há explicação quando acontece.
Se você já tomou decisões que te
espantaram e às pessoas, sem nenhum argumento lógico, apenas seguindo este sentimento,
e com o tempo provou que ali não ia ser feliz (ao menos naquele momento), sabe
o que é isso. Não significa que outros não seriam felizes onde teu sentimento
disse não, só não servia para seu desenvolvimento.
Marie-Louise
Von Franz então fala que:
“O outro tipo de conexão humana é através
do sentimento, de gostar e não gostar, e atualmente isso não conta muito. Uma
mulher às vezes gostaria de dizer: "Isso tudo parece muito lógico, mas
sinto em mim uma coisa que diz não." Hoje em dia ninguém daria ouvidos a
isso. Se ela não puder formular isso em termos de uma dedução lógica, ninguém
presta atenção. Dizer "meu sentimento instintivo me diz que isso não é
bom" não basta. Os homens fazem consigo a mesma coisa. Eles também têm
sentimentos, mas os ignoram. Eles podem sentir algo estranho no estômago, mas
pensam: "Ah, isso é por causa do fuso horário." Dão um jeito de
racionalizar. Eles não escutam as reações do coração. É por isso que muitos dos
assim-chamados povos primitivos nos países ditos subdesenvolvidos nos
recriminam, e com toda razão. Sejam quais forem suas deficiências, eles ouvem
mais seus sentimentos. Você ainda pode dizer a um aborígine australiano:
"Hoje tenho uma sensação ruim. Não vou sair do acampamento." Ou
então: "Aquele sujeito parece nos estar fazendo uma boa oferta, mas por
algum motivo não gosto dele e vou ficar fora disso." Para um aborígine
australiano você ainda pode dizer isso, mas se for para um homem de negócios
americano e branco, ele simplesmente pensará: "Ah, as mulheres..."”
(Marie-Louise Von Franz em “O Caminho dos Sonhos” 1997: 202)
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