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Você já
percebeu que o que nos ajuda a tomar decisão é o nosso sentimento ou o
pensamento, e não a intuição e a sensação? Por exemplo, quando um figurinista
vai à loja de tecido, ele esfrega os dedos no cetim, linho, veludo em busca da
textura, cor e molejo que procura. Com os sentidos ele vasculhou o material.
Agora avaliará qual deles é o melhor para atingir os seus objetivos. Como?
Se ele é mais pensamento,
escolherá um pano que atenda critérios de eficácia ou da lógica da cena. Se for
sentimento, usará critério mais estéticos do que informativos. A sensação
(visão, tato etc.) foi em busca, mas quem escolheu foi a razão do coração ou da
mente. Digamos que a decisão agora precisa colher informações obtidas pela intuição.
Por exemplo, uma pessoa quer uma ideia para escrever um livro. Ela pode meditar,
apostar no ócio criativo, ler, assistir um filme, falar com um amigo etc., até
ser atingida por uma revelação. Mais tarde o seu pensamento decidirá se é
lógico ou eficaz dar atenção àquilo. Ou se o escritor for mais sentimento,
escolherá a ideia que mais ressoa com suas crenças ou atende critérios
estéticos literários.
Sentimento e Pensamento,
portanto, são racionais, como observou Jung. O primeiro decide por
valores ou harmonia, o outro pela lógica ou eficácia. Da mesma forma, a sensação
e a intuição são irracionais. Ou seja, servem à uma necessidade de vasculhar o
ambiente físico ou psíquico, respectivamente, mas não para analisá-los.
A intuição
recebe informações por revelação, como insights. E a sensação pelos instintos: isto
quer dizer que a gente não precisa pensar como enxergamos para ver. É uma
função que acontece sem nosso comando consciente, por isso é irracional. É importante
salientar que a sensação é intuitiva a sua maneira. Um tigre sente o cheio de
sua presa, mesmo sem ter visto onde ela está.
Na vida também escolhemos
assim. Primeiro vasculhamos o ambiente físico ou psíquico, depois analisamos os
dados colhidos para tomar a decisão. Por exemplo: se não sabemos a profissão
que nos fará feliz, primeiro vamos à Campo vasculhar com a sensação (sair e
vivenciar coisas) e/ou com a intuição (Imaginar, ler, conversar, meditar,
assistir filmes), para depois, se somos mais pensamento, escolhermos o que é
mais lógico ou mais eficaz. Ou se somos mais sentimento, escolhermos o que tem
a ver com nossos valores ou o que traz mais harmonia.
Há ainda outro
ponto: toda decisão tem o lado bom e o lado sombra, então “que se dane!”, a
melhor decisão é a que se alinha com o nosso pensamento ou
sentimento, até porque a gente carrega de bom grado as pedras do nosso caminho.
Se quiser ler mais sobre isso, tem este texto aqui.
E se ainda
assim não conseguimos decidir algo importante, é porque estas dúvidas
estão à serviço da nossa transformação. São, como disse Jung,
panelas de pressão nos cozinhando até surgir uma nova versão da gente e com outras
questões. Por exemplo, nos debatemos tentando achar a nossa missão e não
a encontramos. Isto nos deixa a deriva, cozinhando, até a incerteza e
frustração nos mudar. Nesta hora, a gente descobre que sempre estivemos no caminho
certo. Então a pergunta muda: como posso ser feliz aqui onde estou?
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