Quando nascemos nossos pais nos dão um lugar na vida e na
família. Às vezes, aquele é nosso lugar. Às vezes, não.
Grande parte das nossas mais invisíveis lutas é encontrar o
nosso lugar. O encaixe certo do nosso poder.
Será que somos mesmo o filho mais velho? Ou nossos pais tiveram
outros filhos antes da gente, que nunca tiveram um lugar?
Será que fomos bem-vindos? Ou será que escutamos, de
diversas maneiras, até educadas, que a nossa chegada foi um estorvo?
Será que nossos pais lidavam bem com seus
sentimentos a ponto de lidar bem com os nossos? Ou éramos crianças choronas, ou
hiperativas, ou..., que atrapalhavam a paz familiar?
Será que nascemos com o sexo certo? Ou nossos pais
queriam um menino ou uma menina?
Será que nosso gosto pela leitura era aceito pelo
pai esportivo? Ou ele nos forçava desafios físicos difíceis até para os
adultos?
Será que nossa introspecção tinha um lugar para a
mãe extrovertida? Ou ela nos levava ao terapeuta para a gente ficar como ela?
Será que tivemos tempo psicológico para aprender a
ler? Ou queriam exibir nossos feitos para os amigos?
Será que...? Ou...?
Durante muito tempo, o lugar que não era nosso nos
deu uma musculatura atrofiada e dormente. Mas também uma força especial. A
força dos que aprenderam o que não fazer, antes de se abrirem para o verdadeiro
tamanho deles.
Se naquela época não foi possível voar, agora
é. Como? Começando a dizer o que não nos disseram, e que apontaria o
verdadeiro lugar. Por exemplo:
“Eu sou o filho do meio! E o meu irmão mais velho
tem seu lugar!”
“Eu sou muito bem-vindo! Inclusive pelos meus pais!”
(Que falavam ao contrário, para eu não acessar o meu valor e assim nunca ter
coragem de sair de perto deles).
“Ler é tão corajoso como andar a cavalo!”
“Ser introvertido é tão profundo como é expansivo
ser extrovertido!”
“Meus sentimentos são riquezas que posso usar!”
“Amo ser mulher, ou homem, ou LGBTQU!”
E assim, descobrindo que não nascemos para atender
as expectativas dos nossos pais, e nem eles da gente, embora suas funções sejam
nos apoiar até certa idade, passamos a nos aceitar e aos outros.
E, principalmente, encontramos nosso lugar.
#LugarDePoder
#Expectativa #Frustração #Limites #Opressão #Repressão #Autoconhecimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário