Antes do primeiro gigante tentar engolir o Sol, os humanos
falavam com as árvores, que escutavam o vento, que dançava para o Céu, que
flertava com a Lua, que se deitava sobre as águas, mais interessadas em
sonhar.
Naquela época, nenhum ser era sacrificado em nome de mentiras ou
das guerras, embora as sombras gigantescas ainda tentassem destruir a vida do planeta.
Um dia, a 5ª geração de gigantes desistiu do Sol para conquistar
a Terra. Porque se o Sol não podia ser derrotado, sua luz não entraria em mais
ninguém.
Foi assim que eles viraram um exército de poeira,
encapsulando todos os viventes, que aos poucos se esqueceram das conexões que
tinham uns com os outros.
O mundo ficou perigoso. Os Sacis se esconderam, a dor virou
sofrimento e a linguagem dos animais não era mais entendida por ninguém. Entre
os humanos surgiram as guerras, o mal-entendido e as muralhas, embora
continuassem a se amar.
O exército percebeu que se jogasse os homens contra as mulheres,
a vida humana no planeta acabaria. Mas nem assim eles venceram, porque
existe algo intrínseco no feminino que não a deixaria a vida acabar.
Este algo é o princípio tecelão. A ponte de todos os vínculos. Como
uma mulher geraria um filho com a semente do amante, trazendo dele a outra
família para dentro do novo ser, se não fosse capaz de unir em si o que antes
estava separado?
Como ela teceria um novo corpo do seu, se não estivesse em
comunhão com o invisível, morada de quem vai nascer? Como um homem nasceria de
uma mulher sem ter nele a lembrança das conexões feitas?
O 5º gigante se enfureceu! Ele decidiu, então, fazer todos
acreditarem na inferioridade das fêmeas, humanas ou não. Deste tempo em
diante, muitas delas começaram até a se odiar, com outros as tratando
desumanamente.
Essa foi a fase mais difícil da história. Quase que o gigante
venceu. O que ele não sabia é que o feminino também enxerga no escuro, como
a Salomé cega de Jung anda ao lado do profeta Elias.
Nós nos unimos, já que nossa natureza é fazer conexões, mesmo
nos porões escondidos, no esquecimento dos nossos feitos ou na humilhação. E de
lá, como Fênix, renascemos para manter a sociedade planetária voando, porque
sempre soubemos que um pássaro não pode voar se uma de suas asas está em
cativeiro.
A todas as mulheres, homens e LGBTQ+
Feliz dia das mulheres!
Junt@s somos mais!
#FelizDiaInternacionalDasMulheres
#8deMarço #VivaAsMulheres
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