18 de jan. de 2021

244) A Águia e a Galinha

 


Era uma vez... 

...uma pequena ave que caiu do ninho (conexão com sua origem e cultura). Com a queda, ela fica cega (não sabe mais quem é). Um fazendeiro a resgata criando-a com as galinhas.  

Com o tempo ela começa a ciscar. (Para dominar um povo basta acabar com sua cultura - identidade (ninho)). 

Individualmente também podemos ser criados para esquecer quem somos. 

Um dia, um forasteiro (o que está reprimido e nas crises vem nos buscar) passa pela fazenda e pergunta se aquela ave é uma Águia. O fazendeiro diz:

 

- É uma galinha. Foi criada como galinha. É uma galinha. 

O Forasteiro pede 3 chances para provar que ela era uma águia (convite da jornada do herói para saber quem é). 

Na 1a tentativa, o forasteiro a resgata do galinheiro, deixa ela fincar suas garras em seu braço e a lança para o alto. Ela cai, voltando a ciscar.

 

- Eu te disse! Foi criada como galinha. É galinha! 

Esta é a fase da tomada de consciência, mas ainda sem força, nem aliados e conhecimentos para mudar. 

O forasteiro vai se educar e volta para 2a tentativa de libertação. Ele leva a Águia para o cume da montanha, onde podem sentir o vento. Desta vez ela abre as asas e alça voo, mas a sensação de liberdade é tão perturbadora que se fecha, rolando a ribanceira abaixo. 

Enquanto isso, o fazendeiro (nossas crenças, repressões, e/ou as tiranias) diz a sua famosa frase: "É uma galinha. Foi criada como galinha, é uma galinha!" 

Ele também podia ter dito: é um “povo preguiçoso” “é mulher, então é burra”, “é homem, então não vale nada”, etc..

Aqui, na 2a tentativa, começamos a conhecer a nossa história pessoal e coletiva, mas ainda não a integramos. 

O forasteiro retorna a 3a vez, depois de muitos estudos. Sobem a montanha. A Águia finca suas garras, sente o vento (educação é aquilo que liberta). Seu rosto é colocado na direção do Sol (Símbolo do Autoconhecimento) e ela desperta. 

Abraça o horizonte com suas asas e, mesmo cega (sem poder mudar o que aconteceu), se lança no ar.  

Agora, voando alto para nunca mais voltar, ela se lembra!  

Esta história era contada por líderes Africanos para despertar seu povo da opressão causada pelo apartheid. E o Leonardo Boff a reconta em seu celebrado livro “A Águia e a Galinha”. 

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