Há mais de 10 anos estávamos em uma Constelação Familiar (Familienstellen), sendo eu a facilitadora. Vou alterar alguns dados, sem mexer no sentido, para preservar a força do presente que recebemos, mas poder usufruí-lo.
Uma pessoa, que
chamarei de A, estava envolvida com B, que já não a queria mais. O
representante de A (o “constelando/a”) e de B (o “novo parceiro/a”
desinteressado) se colocaram no centro do palco, se deixando guiar pelos
movimentos, que nos conduziam a todos.
Depois de algum
tempo, perguntei o que A sentia:
- Eu gosto de B de
verdade, mas não consigo ir para ele/a. Algo me prende.
O representante B
disse:
- Não vejo ninguém
ali. Quero partir.
A, então, disse que
teve um relacionamento antigo que o marcou muito.
Colocamos um novo
representante, que chamarei de C, para este parceiro ou parceira
anterior.
Quando C entrou, A
começou a chorar. Disse que ainda o/a amava muito, mesmo aceitando o fim
daquela antiga relação.
Por mais que A
estivesse aliviado com a presença de C, ainda não conseguia se mover, assim
como B ainda não o enxergava.
De repente, o
representante de A se deixou guiar por algo que atravessava o grupo inteiro e
falou para C:
- Eu te amo, eu
ainda te amo, amo, amo muito.
“A” não só
reconheceu o amor preso em sua garganta, depois da rejeição que sofrera, como
falou isso olhando nos olhos de C.
À medida que sua
voz preenchia nossos corações, B começou a enxergá-lo. Já não sabia se queria
ir embora como antes. E mesmo vendo que A gostava de C, se encheu de coragem
para estar com aquela pessoa.
Nos foi revelado
que o constelando/a, ao tentar sufocar o antigo amor, acabou se apagando e
desaparecendo também.
Só quando o
reconheceu renasceu em seu esplendor.
Foi assim que eu
aprendi sobre o impacto do que chamamos de coração quebrado.
É a fenda por onde
continuamos transbordando no mundo, sem tirar nada da gente além do que
tentamos excluir.
Se deixamos o amor,
que uma vez esteve lá, fluindo, ele mesmo nos levará à uma nova relação.
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