Foto de Rafael Arno
Os sons de suas palavras formaram
as brisas que me moveram, as ventanias que me confundiram e as minhas tormentas.
Precisei eu mesma saber dos ventos
em jangadas e veleiros. E construir redemoinhos para dar outro destino ao que
escutava.
Os sons de suas palavras hoje me
guiam. E quando não me servem de norte, são carvões da minha lareira.
Você não é apenas Uma energia
sem inteligência, nem a Sabedoria sem movimento.
Você É tudo e mais 5 rostos: a
criação, a preservação, a dissolução, a graça e a bem-aventurança.
E mesmo com toda a sua onipotência
eu posso duvidar do que me fala e ser totalmente obediente nas outras vezes. Como ser a sua mão
bem-aventurada sem nem saber. E a espada da morte, como se eu a tivesse
escolhido.
Vi você no rosto da minha mãe e nos
ensinamentos do meu pai. Nas minhas ações, no que amei e fiz sofrer. E eu vivi
seus vendavais como se fossem meus, porque sou Sua.
Sua dança, guerras e aconchego. Mas
nem todo vendaval que fiz se explica assim, não é?
Quem quiser chegar mais perto de
quem realmente É precisa aceitar o que fez sem buscar desculpas. Simplesmente dirá:
“eu fiz isso”, sem precisar acrescentar mais nada para Si mesmo.
Com o tempo dirá “eu faço” e,
então, em algum momento realizará o “eu Sou”.
É assim que a marionete se
transforma em seu artista, descobrindo em sua face as máscaras de Deus.
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