Lá, onde tudo em mim está dilacerado, seu Sol nasceu. Onde os
grilhões esmagaram a sua garganta, minha Lua se deita com sorriso esgueiro.
Não vai ser fácil a minha bem-aventurança tocar a sua dor. Nem a
sua esperança cair na minha masmorra.
Seu Céu briga com o meu, sem que a gente queira brigar, testando
nossa capacidade de amar.
Quem vencerá?
As dores de um tentando apagar o brilho do outro?
Ou o que temos de cura tecendo o nosso encontro?
Demorou anos para a gente chegar tão perto, criando abraços que
não empurrem os próprios espinhos.
Valeu à pena, suave sobrancelha dos ventos. Sua leveza me abriu
para o aconchego. Minhas carícias lembraram o seu valor verdadeiro.
Simplesmente porque o egoísmo das nossas histórias tristes se
dissolveu diante do que invejávamos um no outro.
Quem imaginaria que o que não tínhamos foi a antessala do nosso
primeiro beijo?
Que as nossas falhas atraíram o que nem sabemos que temos.
Essa é uma história sem fim, escrita nos amores
verdadeiros.
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