Dá um nó na cabeça falar da Boa Consciência
e da Má Consciência, onde há a solução, porque as associamos com boas e más
ações. Esta descoberta do Bert Hellinger mostra a relação entre a necessidade
de pertencer e a Consciência (estar de acordo ou não).
A consciência fica tranquila se pertencemos
ao nosso grupo (família, religião, cultura, etc.). Para pertencer precisamos estar
de acordo, repetir e até advogar a favor de ações, boas ou más, coerentes com os
valores do nosso grupo. Muitas guerras, brigas de facebook e algoritmos lutam
pela Boa Consciência de um grupo.
Da mesma forma, me sinto mal, entro
na Má Consciência, se faço algo em desacordo com meu clã, colocando em risco meu
pertencimento. Por exemplo: se na família um dos pais sofre a doença do
alcoolismo, um filho promete nunca se casar com um alcoólico, mas aí se apaixona
por uma pessoa com outro vício. A Boa Consciência o manteve nos trilhos do grupo
familiar, independentemente de ser difícil. Em outro grupo, é “normal” maltratar as
mulheres. Se for mulher pode até tratar mal outas mulheres, como buscar
relações pessoais e de trabalho onde será desconsiderada.
Um gatilho da Boa Consciência é alguém
ou nós mesmos tentarmos nos tirar a força do nosso grupo: Se a mãe julga ou fala
mal da família do pai ou vice-versa; se uma família adotiva despreza a origem
da criança e quer transforma-la a ferro e fogo; se a gente despreza nossa
origem, há algo em nós que nos faz ficar iguais ao que está sendo excluído ou
negado.
A Má Consciência acontece quando se
faz algo diferente dos mandatos do grupo. Ela é eficaz se é feita com respeito
ao que aconteceu e se nos faz ficar mais fortes e amplos, incluindo mais. Por
exemplo: busca-se um parceiro/a, independente das diretrizes inconscientes do nosso
clã. Não é a parceira/o que vai se impor contra nosso grupo, mas a gente que
tem que seguir nosso amor, sem desrespeitar o amor pela família original. Assim
montamos uma nova família com o cônjuge, criando suas diretrizes.
Um bom casamento pode ser então a
arena da Má Consciência, como o amor de Yoko e John. Vocês se lembram das
fofocas falando que a Yoko acabou com os Beatles? Será que cada um do grupo já não estava com
vontade de novos horizontes diferentes daqueles que criaram juntos?
Da próxima vez que quiser algo, que talvez
esteja em desacordo com teu grupo, tenha força para se sentir mal e sozinho por
um tempo, até chegar à outra amplidão. Se você perder a sua força, talvez seja rebeldia.
A rebeldia ainda é uma resposta pelo avesso aos mandatos do grupo, mantendo-o
como guia. Ou se arrogando a transformá-lo, como se pudesse fazer isso. Ela não
é um compromisso com teu caminho, como muitas vezes é uma ação boa para você,
que não prejudica ninguém, mas que gera Má Consciência. Voltar à Boa Consciência faz parte do percurso. É neste equilíbrio que seguimos em frente.
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