A boca do pai e, principalmente da mãe, produzem as maiores bençãos.
Por isso é importante como eles a usam com suas palavras.
Desinstalando o chip da derrota: Quando os pais nos definem,
categoricamente, até nossos 7 anos, ou mais, é projeção, não quem somos. No
primeiro setênio reproduzimos o inconsciente dos pais (Von Franz, 1988) ou o
inconsciente coletivo familiar (Hellinger, 2002). Ainda não temos força para o
processo de individualização (ser quem é).
Por exemplo, “Você é avoado!” grita o pai que não sabe ganhar
dinheiro e é tão criativo como seu filho, porém foi bloqueado como faz com a
criança. “Para de chorar, seu covarde!” Crava os dentes da mãe, que perdeu
filhos na gestação e não teve apoio para o luto. “Ah, filha, você não sabe o
que quer! Não tem disciplina para isso!” Projeta a mãe, que não foi incentivada
pelos pais a estudar, porque “mulher é burra”. Etc...
Há ainda pais e adultos que plantam provas falsas para justificar
estes mandatos. Escondem coisas da criança “avoada”, para provarem como ela é
descuidada. Contam mentiras sobre seus filhos para o outro genitor puni-los sem
nem os escutar. Há ainda dezenas de vídeos compartilhados de pais fazendo bullying
com os filhos e há quem ria disso.
Por que alguém coloca provas falsas para provar um crime e com
público testemunhando o “delito” plantado? Para ganhar algo com isso. Da mesma
forma, os pais que impõem mandatos de derrota em seu filho, na frente da
família toda, que passa a acreditar no rótulo imposto, querem algo: que seu
filho, derrotado, nunca os abandone. Ou que volte de cabeça baixa em algum
momento, massacrando-o novamente. Rapunzel que o diga.
Como sair dessa? Sempre com terapia! E, voltando para sua criança
interior, com cuidado, naquela época em que o chip foi implantado mil vezes.
Olhamos para ela com amor e o antídoto: VOCÊ É CRIATIVA! ou VOCÊ É CAPAZ! ou
VOCÊ É QUEM EU ESPERAVA! SEJA BEM-VINDO! Para quem escutou que sua gravidez não
foi desejada! Qualquer frase que contraefetue a crença imposta.
Não vale à pena brigar com os pais, no entanto. Se estamos vivos e
conseguindo mudar um padrão (e não só isso), eles deram muito mais coisas boas
do que só mandatos negativos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário