Dia da Consciência Negra 2021
Quem quer banir o preconceito
precisa muito mais do que aceitar a diversidade e respeitar o lugar de fala.
Precisa aprender a ouvir.
Precisa “legitimar o outro como
legítimo outro na convivência”, como disse Maturana sobre o sentimento que
funda o social: o amor.
Porque racismo não é preconceito. É
acreditar que existem raças. Depois torná-las invisíveis, difundindo
preconceitos até que eles virem os pilares que regem relações de dominação e
não de uma nação.
Como disse Zumbi dos Palmares no
século XVII e precisamos ouvir:
“É chegada a hora de tirar nossa
nação das trevas da injustiça racial.” Zumbi dos Palmares.
E essa causa é de todos que sonham
como Mandela:
“Sonho com o dia em que todos
levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
Nelson Mandela
E de todos que querem arrancar as
estruturas inconscientes que os tornam racistas, fazendo-os acreditar em mundos
inventados que justificam as injustiças.
Como disse Edward Said e Ailton
Krenak:
“A invenção do oriente coincide com
a invenção dos índios. Os chamados povos indígenas são uma invenção do
ocidente, produto do ciclo de colonização. Assim como um certo oriente vive na
cabeça das pessoas, existe também certo mundo selvagem, dos povos indígenas.
Encaixar-se nessa perspectiva é, de
certa maneira, engajar-se numa perspectiva colonialista do mundo.
Contestar essa visão é que o Said
faz de uma maneira muito importante, o que de certo modo inaugurou essa
discussão sobre a
produção de mundos de que o
ocidente é próspero: inventar mundo para os outros.
Estamos no mesmo pé. Somos uma
invenção do ocidente. Se a gente quiser se encaixar é só fazer a reprodução de
todo o repertório do ocidente: meritocracia, individualismo, elogio da pessoa,
culto à personalidade.
Agora, quando alguém tem um
entendimento de si que diverge do ocidente, fica sempre como uma coisa
marginal.” Ailton Krenak
Marielle Franco, presente!
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