Crianças Felizes
Minha querida criança,
Peço licença para chegar perto de você, sem
assustá-la com nada, principalmente com minhas demandas de gente grande querendo
curar o passado.
Se até uva passa, eu também posso seguir em frente.
Queria contar que eu descobri que flutuar na água de
coco, da placenta da mamãe, era muito bom!
Aquela musiquinha que ela cantava, lembra? Tum Tum,
Tum Tum, dava o ritmo para o nosso coração.
Fiz até coreografia nos primeiros anos de vida, em
busca daquela canção.
Hoje ela me leva para outros corações.
As duas primeiras notas da melodia, um dia, se
apresentaram como mamãe e as duas outras me aterrizaram no chão.
Chão, eu descobri, é um corredor que me leva ao
papai. Minha mãe ama o papai dentro de mim, dizia a canção.
O contrário eu já sabia. Porque ele vai correndo,
nesse mesmo chão, mas diferente, até minha mãe e diz: eu amo você e a nossa
filha. E amo você nela também.
Agora, adulta, eu descobri que negar a mamãe ou o
papai me faria levitar como notas errante da partitura primordial. E, assim, eu
perderia o meu caminho.
Foi assim que aprendi que copas de árvores flutuam
porque têm raiz.
Falando nisso, outro dia tentei pentear os
emaranhamentos que eu tinha com os ancestrais. Quase deixei os nossos laços
lisos e soltos.
Chapinha terapêutica nunca mais! Afinal nem tudo que
está embaralhado tem vocação pra novelo certinho.
Mas pra novela sim. Só precisa ser visto e deixado
no lugar certo. Aquele canto confortável da aceitação untada de
pertencimento.
Feliz dia, minha querida criança!
Feliz Dia das Crianças a todos vocês, que um dia
estiveram, estão e estarão neste mundão!
Mônica
Clemente (Manika)
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