Força-de-vontade Equilibrista
Mônica Clemente (Manika)
Em um estudo do artigo “Self-regulatory failure: a
resource-depletion aproach”[i],
algumas mulheres foram convidadas a assistir a parte mais triste de um filme
cheio de gatilhos emocionais.
Sendo que os pesquisadores pediram para um grupo delas tentar se
manter o mais neutro possível, e o outro grupo a ser o mais natural possível,
podendo expressar suas emoções.
Depois da vivência, cada mulher foi convidada a degustar e a avaliar
alguns sorvetes, embora os pesquisadores estivessem interessados, de fato, na
quantidade da sobremesa que elas iam ingerir.
Sabe qual grupo comeu mais? (50% a mais do que o outro grupo)
O que segurou as suas emoções.
A conclusão foi que “o autocontrole durante a 1a tarefa levou
ao decréscimo no autocontrole na tarefa subsequente (…) por conta do
esgotamento dos recursos autorregulatórios, o que prejudica o controle volitivo
bem-sucedido.” (Vohs e Heatherton, 2000).
Essa pesquisa me fez pensar que se a força-de-vontade consome nossa energia para se manter, a autorregularão para
conter as emoções, completar uma tarefa, realizar um objetivo ou se alimentar
bem, precisa da escolha consciente de onde vamos colocar nossa energia.
Uma mulher equilibrista, que cuida dos filhos, casa, trabalho e
relacionamento, talvez, “coma mais sorvete” porque sua energia está empregada
em outras demandas.
E, possivelmente, seus filhos e marido ainda podem cobrar mais
esforços dela para que eles mesmos possam focar suas energias em seus
interesses às custas da energia dela.
Se estamos em uma situação estressante, então, podemos nos
perguntar: posso resolver ou mudar esta situação/relação/pessoa?
Se a resposta for “não”, nos perguntamos: o que faço aqui,
consumindo minha energia que poderia estar sendo usada para um objetivo caro ao
meu coração?
Assim podemos descobrir se temos um ganho secundário ao ficarmos
fixados em situações sem solução, que já podemos abrir mão, como a desculpa de
não falhar porque não vamos fazer o que queremos.
De fato, em alguns momentos, é a vida quem decide onde colocamos
a força-de-vontade. Ainda assim, podemos encontrar desculpas para ficar
paralisados. Seja qual for a situação, a força-de-vontade estará onde
colocarmos a libido.
Às vezes a vida (e o inconsciente) faz isso por nós, às vezes
temos condições de escolher.
Mônica Clemente (Manika)
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