“O Superlativo do Dar é Receber” – Eugenio Davidovich
Mônica Clemente
Por trás de alguns “erros” que se repetem, há um ganho
secundário, “melhor” que os acertos. Para saner estas manobras existe o
superlativo do dar, que é receber.
Por exemplo, háá situações em que uma pessoa está pronta para
sair definitivamente de um problema sério, mas continua fixada onde já sabe que
não é mais para ficar.
Digamos que esta pessoa é inteligente, amorosa e tem um bom caráter.
E, além de contar com amigos, tem condições emocionais e financeiras para se
separar de uma relação difícil e suportar a dor.
No entanto, depois de anos do divórcio, e dos dois terem sofrido
tanto, continua caindo nas chantagens emocionais do antigo parceiro/a,
inclusive perdendo dinheiro e envolvendo os filhos, financeira e
emocionalmente.
Se, no começo, todos a compreendiam e a apoiavam, agora se
afastam.
Outros continuam dando conselhos irritados, quando ela conta que
caiu mais uma vez na mesma armadilha.
E há ainda outros, com empatia deslocada do seu centro, que
a ajudam se enrolando em seus problemas, acreditando que a dor da separação é o
motivo de tal comportamento.
O que ninguém está vendo, inclusive esta pessoa, é que ela se
coloca em situações nas quais será prejudicada, caindo nas arapucas que já sabe
evitar, porque assim angaria cuidados e carícias…
…para
sua criancinha faminta.
Não importa se forem carícias negativas até do ex. Com isso, ela
tem um ganho secundário oculto por traz dos infortúnios que cria. Ou
seja, mesmo perdendo algo, ganha o que realmente precisa.
Por isso é impossível ajudá-la.
Esta chantagem disfarçada de tropeços só terá fim quando a
pessoa conseguir fazer o “superlativo do dar”, como diz o psicanalista Eugenio
Davidovich.
Que é dar um espaço real para receber o amor dos amigos e
familiares, sem precisar criar manobras para exigi-lo.
Assim, ao invés das pessoas que a amam se sentirem incapazes,
tentando ajudar o que ela não quer resolver, se sentirão valiosas dando algo
que podem dar, e que ela realmente pode receber.
É assim que a gente fica nutrido sem precisar manter a
nossa criança no limbo.
Mônica
Clemente (Manika)
Fragmento
de uma Ilustração de
Susan
Wheeler
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