Se você busca uma Constelação Familiar vai encontrar o novo
passo, não o caminho inteiro. E o novo passo seguirá adiante em você, como
ondas num lago, porque, como disse Hellinger, “a Fonte não precisa perguntar
pelo caminho” (2007).
Para quem gosta de literatura, então, a Constelação Familiar tem
o efeito estético de um conto e não de um romance com tantas histórias para
contar. Desde a primeira frase, o conto nos leva para o instante
decisivo. Ele é conciso, tem ritmo e é impactante.
Seu clímax coincide com o desfecho, o que produz uma experiência
estética que pode ser conclusiva e surpreendente ou aberta e sugestiva. Mas
nunca explicativa, se quer manter sua dimensão perturbadora. A narrativa do
conto interrompe naquele momento de força, como uma Constelação Familiar.
É preciso ter coragem para sentir a força, sem diluí-la com “mas
o que isso quer dizer?”
A estrutura do conto é feita com a história visível e a história
oculta, um fato inexplicável e um elemento simbólico. Da mesma forma, a
Constelação Familiar revela o oculto, não se preocupa com análises e atua por
imagens.
O conto é como uma fotografia ressoando na imaginação sua estesia. Assim como a Constelação Familiar nos vibra na solução, com sua imagem final.
E embora um conto surja de um pacto ficcional, contrário à
verdade que surge numa Constelação, sua narrativa não se rende às expectativas.
Ela segue sua vocação depois do término da narrativa.
Quem procura uma Constelação Familiar renuncia a tudo o que tem
contado para si mesmo, para voltar a se surpreender com a força que também guia
as estrelas.
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