Peço licença para contar uma história Real,
com todo
respeito, para que nosso passo tenha mais
consciência não do erro, mas de como
estamos irremediavelmente juntos.
Príncipe Edward, futuro rei da Inglaterra, abdicou do
seu reino em 1936 por amar uma mulher que não foi aceita pela corte, nem pelos
líderes políticos e nem pelo coração do povo que amava. Haviam leis, regras e
séculos de tradição que eram desafiados por este encontro. Como honrariam o
passado para que o novo não fosse execrado?
Naquela época era possível? Acho que não.
Além disso, era véspera da segunda Guerra Mundial e
Bessie Wallis Warfields não era inglesa, estava casada pela segunda vez quando
começou seu romance com o herdeiro do trono inglês, e teria que fazer mais um
divórcio, caso quisesse ficar com ele.
Moralmente, o conservadorismo político daquela época,
bem parecido com o do futuro, e o escândalo de uma mulher ter tantos romances
antes, durante e depois de dois casamentos se aliaram a uma lei bem clara que
durou até 2002: A Igreja Anglicana não permitia casamento de pessoas
divorciadas com ex-cônjuges vivos.
Dito de outra maneira, o Rei Edward VIII só poderia se
casar com ela se os seus dois outros ex-maridos estivessem mortos. Mantenha
este dado mortal na memória.
Diante de todos estes obstáculos políticos, sociais e
morais, Edward abdicou do trono e como satisfação ao seu povo disse em
transmissão nacional:
“Eu achei impossível carregar o pesado fardo de
responsabilidade e executar minha funções como rei como eu gostaria de fazer,
sem a ajuda e apoio da mulher que amo.”
Os amores Reais (não) são contos de fadas. São se
entendemos os contos como arcabouço de memórias ancestrais e não são, quando
sabemos da dor implicada.
O trono foi entregue ao seu irmão mais novo, Alberto,
que recebeu o nome de Rei Jorge VI. Aquele mesmo que inspirou o filme “O
discurso do Rei”.
Edward e Wallis receberam o título de Duque e Duquesa
de Windsor, mas ela jamais seria chamada de “Sua Alteza Real”, assim como nunca
foi aceita pela família real.
Bert Hellinger observou nas Constelações Familiares
que o amor flui na alma da família quando três ordens ocultas são observadas:
Pertencimento
Hierarquia
Dar e Receber
Estas ordens estão implicadas umas nas outras. Se uma
ou mais não são seguidas, as futuras gerações tentarão, inconscientemente,
compensá-las, repetindo sem saber o mesmo destino daquele que foi excluído, ou
do que foi desrespeitado ou “pagando dívidas” que não são suas.
Podemos ver e sentir estas leis operando em nossas
vidas. E suas compensações também:
O Rei Jorge VI, que recebeu o trono porque seu irmão
não quis abrir mão do amor da vida dele, teve duas filhas. Uma delas a Isabel
II ou a Elizabeth II que virou a herdeira presuntiva ao trono e teve quatro
filhos.
O mais velho chamado Charles, Príncipe de Gales e
herdeiro aparente da Coroa. Ele precisava casar com uma moça com passado impecável,
de preferência uma protestante ainda virgem. Mas ele amava e ainda ama Camilia
Shand, na época casada e com filhos.
Dizem que os dois escolheram a Princesa Diana para ele
casar.
Como todos ficaram sabendo, a amada pelo mundo inteiro
Princesa Diana e o impopular Príncipe Charles se separam. O divórcio tornou o
herdeiro do trono Inglês mais impopular ainda, como seu Tio avô Edward se
tornou quando abdicou do reinado “por aquela mulherzinha”, e a Princesa Diana
mais amada ainda.
O que fica oculto é que Wallis a esposa proscrita do
Duque Edward era muito carismática a sua maneira, como foi Diana em seu turno e
da sua maneira e como Camila, a atual esposa de Charles nunca foi, pesando sobre
ela o terrível escândalo de separar o casal real, como Wallis “derrubou” o rei.
Duas mulheres na terceira geração, depois da abdicação
e exclusão social dos amantes, carregam a luz e o fardo da mulher excluída. E
um sobrinho-neto, carregando a “mesma” desaprovação que fez o seu tio avô
perder o reinado, e “só por isso” ele herdará o trono.
O príncipe Charles, graças a esta separação dolorosa e
cheia de escândalo, pôde enfim assumir seu amor por Camila, mas eles não podiam
casar porque a Princesa Diana, estava viva.
Depois da morte de Edward e Wallis, seus bens são
leiloados. O Empresário Mohamad Al-Fayed compra grande parte das propriedades
que foram dos amantes.
Ele é pai de Dodi Al-Fayed o último namorado de Diana.
Em 1997 em um acidente terrível os dois morrem. O mundo inteiro sofre
profundamente.
Charles, agora viúvo da ex-cônjuge, poderia, pela
Igreja Anglicana, casar com Camila. (Eles se casam em 2005. O ex-marido dela está vivo e só em 2002 a Igreja muda esta regra.)
Este é o itinerário dos amores reais. Eles fluem com
as ordens ocultas do amor, mas seguem seu curso também quando incluem de
geração a geração quem não pôde pertencer.
Que a gente em 2017 consiga incluir mais,
agradecer mais e trocar mais!
PS: agora em 2018, o príncipe Harry, segundo filho do príncipe Charles, bisneto do segundo filho real que assumiu o trono quando o tio abidcou por amar uma mulher divorciada, se casou com uma ativista feminista, atriz e divorciada Meghan Markle.
PS: agora em 2018, o príncipe Harry, segundo filho do príncipe Charles, bisneto do segundo filho real que assumiu o trono quando o tio abidcou por amar uma mulher divorciada, se casou com uma ativista feminista, atriz e divorciada Meghan Markle.
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