Os Estragos do Ego na Literatura e nas Relações
Mônica Clemente (Manika)
O
ego tem a sua importância, desde que saiba do seu tamanho no grande drama
humano: pequenininho. No entanto ele tem sido educado a se pensar maior até que
o amor.
Não existe literatura, nem cinema, sem conflitos. São eles que
possibilitam o arco dramático dos personagens (a jornada de transformação) e
prendem a atenção do leitor.
Não existiria “Orgulho e Preconceito”, de Jane
Austen, sem a forte atração entre o Mr. Darcy e a Lizzie lutando contra seus
preconceitos e o orgulho de admitirem o que sentem.
Os mesmos inimigos ocultos (orgulho e preconceito)
que um ser humano costuma enfrentar antes de querer ser feliz.
O que diferencia uma boa obra literária ou
cinematográfica da outra é o manejo das fraquezas e grandezas humanas para a
construção dos conflitos.
Na série Gossip Girl, por exemplo, o ego das
personagens é tão fraco que as palavras que mais se escuta são “humilhação” e
“desculpas”.
Qualquer espirro de um personagem faz outros se
sentirem humilhados e dispostos à alguma maldade em retribuição, para depois
pedirem desculpas com suas bolsas caríssimas, numa cena com comidas que não se
adequam ao “shape” das atrizes e atores.
Na vida real, este mesmo ego frágil, disfarçado de
símbolos de poder de mercado, é o mesmo que estraga as relações e fazem a gente
se endividar com o que não precisamos, para agradar quem não gostamos para
mostrar algo que não somos.
E não tem roteirista capaz de consertar o estrago
feito por um ego presunçoso tentando encobrir suas inseguranças.
Nenhuma relação na vida real se sustenta quando uma
pessoa não aceita outra, porque não consegue ultrapassar seus próprios
receios.
Quando é mais fácil criticar, cobrar ou chantagear
um parceiro sociável do que enfrentar a timidez.
Por isso que Outlander, de Diana Gabaldon, é diferente
de tudo o que já foi escrito sobre relacionamentos.
O conflito de James e Claire Fraser são as
vicissitudes da vida, que acabam por fortalecer os seus laços de amor.
E não a luta de egos entre os amantes.
E é por isso que Anna Karenina, de Tolstói, é um dos
maiores clássicos da literatura.
Ali, o ego das personagens não está despido da
complexidade humana dentro do contexto social, mantendo-o no tamanho certo,
pequenininho diante de tudo o que se pode viver.
Mônica Clemente (Manika)
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