19 de jun. de 2025

616) Cartas a Quem Tem Medo de Acertar

 


Carta às Crianças Silenciadas que
Moram Dentro de Adultos que Têm Medo de Acertar

Mônica Clemente (Manika) 

        A você, que cresceu aprendendo que acertar era perigoso.

        A você, que aprendeu a errar de propósito para evitar um castigo, uma humilhação, uma desautorização, ou aquele olhar frio que fazia o chão virar um abismo. 

        A você, que, ainda hoje, diante de uma folha de respostas, de uma pergunta direta, de uma situação de escolha sente seu corpo tremer, sua mente apagar, e sua voz sumir. 

Você não estava errado, não era incapaz, nem mentiroso. Muito menos vagabundo, irresponsável ou preguiçoso. 

        Não se usam essas palavras com crianças que estão sob os nossos cuidados. A não ser que o adulto queira se confessar, se projetando sobre seus filhos. 

Você estava apenas tentando sobreviver a um jogo de regras invisíveis, onde qualquer resposta era um risco. 

Se você dizia “sim”, podia ser acusado de leviano. Se dizia “não”, podia ser punido do mesmo jeito. 

E nem o seu silêncio foi abrigo diante do imprevisível. 

Com o tempo, você aprendeu a se proteger se boicotando antes que alguém o fizesse. 

Mas agora você cresceu e pode encerrar esse ciclo.

Não porque quem te machucou mudou. Mas porque você pode mudar.

Não porque o mundo ficou mais justo. Mas porque você pode ser justo.

A partir de agora, você pode olhar para qualquer múltipla-escolha, decisão, pergunta e dizer com a inteireza da sua alma:

“Eu tenho o direito de escolher certo sem medo.”

“Eu me autorizo a escolher certo e o certo para mim.”

Você pode acertar, compreender e ter clareza.

Você pode confiar na sua leitura, na sua voz e na sua inteligência.

E se o medo de outros tempos vier assombrar, se lembre:

Você não está preso naquelas emoções da infância, embora esteja habituado a buscá-las.

Nem naqueles castigos que não existem mais, embora esteja se sabotando.

Não se muda uma experiência contando para si mesmo as velhas histórias que massacraram o seu ser, atualizando-as repetidamente.

Há muito tempo, os olhares de acusação caíram como folhas secas.

E as manobras de manipulação, com ares de imprevisibilidade, desabaram como um castelo de areia.

Fure a bolha.

Agora, seu adulto pode escolher honrar a vida recebida de seus pais com o que há de melhor a se fazer por você. 

Mônica Clemente (Manika)
@manika_constelandocomafonte 

#autoestima #vozinterior #autossabotagem #cerato #pine #walnut 

 

 

 

615) O Buraco Negro das Relações: Aavnços ou Retrocessos?

  

Nossos Tempos  e o Buraco Negro das Relações:
Avanços ou Retrocessos?

 Mônica Clemente (Manika)

O que aconteceria se 30 anos da sua vida se passassem em “um” segundo? 

É exatamente isso o que acontece no “Retorno de Saturno” e em “Nossos Tempos”, filme mexicano na Netflix.

Um casal de cientistas apaixonados embarca em uma viajam no tempo, e se vê confrontado por duas épocas diferentes. 

Assim, eles são forçados a refletir sobre o papel do tempo na forma de verem o mundo e como esses novos horizontes impactarão a relação deles. 

Misturando ficção científica com a chantagem emocional de um homem diante do brilho de sua mulher, o longa trata dos desencontros entre parceiros na atualidade. 

De um lado, surgem as mulheres que conquistaram seus espaços e abriram caminhos para muitas outras. 

De outro, alguns homens que ainda acreditam que perderão o lugar caso alguém tenha as mesmas oportunidades que ele. 

Cena após cena, o filme nos joga numa gangorra afetiva entre o desejo de encontro e o medo da mudança, entre o avanço conquistado e a resistência fugidia. 

Ao longo dessa travessia, não se verbaliza uma pergunta que atravessa o filme por inteiro: 

“Você consegue me amar se eu for do seu tamanho? Ou só quando ocupo um protagonismo pálido no que é seu?”

Será que precisaremos esperar mais 30 anos para que um encontro - de igual para igual - aconteça? 

A resposta a essas indagações está em todas as cenas.  

Afinal, o amor, como o tempo, não é uma linha reta, mas um campo de possibilidades, que só se manifesta como relação quando, no mínimo, duas pessoas escolhem atravessá-lo juntas. 

E mesmo que eu contasse o final, tosco à primeira vista, não seria um spoiler, mas uma interpretação dele: 

A terceira via. 

Uma forma de amar que não se perde na submissão, nem na disputa por poder. Mas que flui pelo encontro e pela parceria.  

Um novo lugar onde ninguém precisa encolher para o outro caber, porque o resultado é maior do que a soma das suas partes . 

Avançando juntos. 

Mesmo que, em alguns momentos, um dos parceiros diminua o passo para manter o encontro dos seus olhares em frente. 

Mônica Clemente (Manika)

@manika_constelandocomafonte 


FICHA TÉCNICA

Direção: Chava Cartas | 
Título original Nuestros Tiempos

#nossostempos #netflix #CinemaEConstelaçãoFamiliar#retornodesaturno #familienstellen #constelacaofamiliar #astrologia

14 de jun. de 2025

614) Autoanulação e Florais de Bach

 


Autoanulação e Florais de Bach
Mônica Clemente (Manika)

 

Será que alguém é sempre melhor que você em tudo?

Segundo suas fantasias, há sempre uma pessoa mais adequada para seu parceiro, ou seu trabalho?

E você se sente estranhamente consolado quando a realidade confirma essas crenças?

Verdade. Melhor que outro carregue o peso da sua felicidade, não é?

Pois é. 

Nem sempre um triângulo amoroso tem raízes edipianas. Às vezes, é só autoanulação mesmo. 

No filme “O Noivo da Minha Melhor Amiga”, Rachel vive à sombra da melhor amiga Darcy - extrovertida, dominante, e até manipuladora.

E o mais desconcertante:

Rachel acredita que é melhor assim.

Que brilhar não é para ela.

Um caso clássico de autoanulação.

Brilhar, aqui, não é “aparecer a qualquer preço”,  mas manter-se confortavelmente estabelecida em sua própria luz - sem precisar projetá-la nos outros.

Além disso, amizades tão simbióticas - com pessoas tão diferentes - como a de Rachel e Darcy, podem estar compensando mutuamente suas sombras.

Se fôssemos montar uma fórmula de Bach para a Rachel - que se apaga - seria assim: 

1. Centaury

Para quem tem dificuldade de dizer “não”, servindo aos outros e sendo manipulado. Acredita que se sacrificar é a chave para o “céu”.  

2. Larch

Para a baixa autoestima que impede de se lançar, de competir em pé de igualdade. Rachel acha que “não é mulher para aquele homem”,  e o entrega de bandeja.  

3. Walnut

Para se proteger de influências externas e conseguir fazer as próprias escolhas, rompendo com padrões antigos, inclusive de relações sufocantes. 

4. Pine

Para a culpa de desejar, mesmo quando o amor está no seu caminho. 

5. Agrimony

Para quem esconde o sofrimento atrás de um sorriso, por medo de  enfrentar conflitos. 

6. Mimulus

Para os medos conhecidos, como o de perder a amizade, ser julgada, bancar a própria felicidade. 

Fórmula enxuta:

A tríade Centaury, Larch e Walnut já atua com profundidade sobre quem se apaga e tem dificuldade de romper padrões tóxicos, como o de quem vive a vida através dos outros por achar que assim é mais fácil. 

Não é. 

Afinal, a Darcy, como um sintoma exasperante de pessoas que se anulam, vai embora quando se toma a vida por inteiro. 

Mônica Clemente (Manika)
@manika_constelandocomafonte
#autoestima #FloraisDeBach #somethingborrowed 

616) Cartas a Quem Tem Medo de Acertar

  Carta às Crianças Silenciadas que Moram Dentro de Adultos que Têm Medo de Acertar Mônica Clemente (Manika)           A você, que cresceu...